Campanha de Onyx mantém estratégia e aguarda Bolsonaro no RS

Enquanto costura apoios políticos, candidatura segue com "linguagem direta" e baseada em pilares do primeiro turno

Foto: Fabiano do Amaral/CP

Passado o primeiro turno, a equipe de Onyx Lorenzoni (PL) traça os rumos da campanha do segundo turno das eleições. Ainda no calor do resultado, o candidato afirmou, nesse domingo, não “ter que mudar nada”, já que a vitória mostra que “as pessoas querem um novo caminho”. Um reforço, no entanto, deve ser a presença de Jair Bolsonaro (PL) no palanque, possibilidade a ser tratada entre as coordenações, buscando uma definição de data.

No primeiro turno, Bolsonaro esteve junto a Onyx em evento realizado pela ala feminina do partido, em Novo Hamburgo, no início de setembro. O presidente também teve a companhia do candidato na Expointer, mas na ocasião dividiu a atenção com o também candidato e apoiador Luis Carlos Heinze (PP).

Quanto à busca de novos apoios, a candidatura foca em partido do mesmo campo ideológico, trazendo à luz o próprio PP, de Heinze. A sigla, que compôs a base do governo de Eduardo Leite (PSDB), vai ter reunião da executiva estadual na próxima quarta-feira e o assunto do apoio em segundo turno deve estar na pauta. Heinze, individualmente, abre voto apenas para o atual presidente na disputa nacional. “Eleição nacional é Bolsonaro. Estadual, vamos discutir com a base, nossas bancadas e nossos prefeitos”, afirmou depois do resultado de domingo.

Já quanto a conquista de votos que foram para outros candidatos na primeira parte da eleição, Onyx simplifica, entendendo ser necessário somente o diálogo com o eleitor gaúcho, que no Estado deu vitória a Bolsonaro com 48,89%. “O RS tem uma maioria já consolidada que não é de esquerda. Precisamos conversar com as pessoas, só isso”, entende Onyx.

“Não existe bala de prata”

Essa visão, de seguir o que já vem sendo feito, sem mudanças, encontra eco junto ao coordenador de comunicação da campanha do liberal, Daniel Ramos. “Temos um projeto para o RS e conseguimos apresentar bem. O que vamos fazer é ampliar. Não existe ‘bala de prata'”, disse.

Ramos antecipa que a campanha vai seguir adotando uma “linguagem direta”, baseada no que deu certo, e focada em três pilares, que já foram apresentados ao longo da primeira parte das eleições: “tirar pedras do caminho de quem quer empreender, criar oportunidade e estender a mão a quem precisa”.

Elementos que devem seguir com força no restante da campanha são a presença da esposa do candidato, Denise, e a religião. “Não temos temor de professar a fé que a gente têm. Foi isso que nos trouxe até aqui”, afirmou Onyx, após a apuração.

Tom não muda

Sobre o tom adotado em relação a Leite, também nada muda, na visão do responsável pela comunicação. “Não atacamos ninguém, nunca fomos agressivos. Ataques pessoais não resolvem os problemas das pessoas”, considera. Ramos ressalta que pedidos de direito de resposta das candidatura de Leite não foram acatados pela Justiça eleitoral. “Ele pode se sentir atacado pela verdade”, avalia.

O coordenador salienta que o PL vai ter mais tempo nos programas eleitorais em rádio e televisão, a partir da próxima sexta-feira. Ele lembra que o adversário, Eduardo Leite (PSDB), teve três vezes mais tempo para as peças audiovisuais de campanha no primeiro turno. Agora, serão cinco minutos diariamente para cada um dos dois candidatos, além da divisão igualitária de inserções durante a programação das emissoras de rádio e TV.