Câmara Federal vai ter deputadas transexuais pela primeira vez

Duas candidatas, de Minas Gerais e São Paulo, foram eleitas nesse domingo

Foto: Elaine Menke/Câmara do Deputados

A Câmara dos Deputados vai ter parlamentares transexuais pela primeira vez na história, com a eleição de Duda Salabert (PDT), em Minas Gerais, e Erika Hilton (PSOL), em São Paulo.

A deputada federal eleita Erika Hilton entrou para a legislatura como uma das dez mais votadas no estado de São Paulo, com 256.903 eleitores. Já Duda Salabert consagrou-se a terceira mais votada em Minas Gerais, com 208.332.

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) realizou um balanço do resultado das eleições de 2022 e considerou que o número de representantes da população trans no Congresso ainda é baixo, “mas extremamente representativo e potente”.

“Este ano saímos de um quadro onde não haviam representações trans na Câmara Federal para duas extremamente qualificadas e poderosas”, avaliou a associação. “Um resultado promissor e que nos faz seguir em frente, na defesa da democracia, dos direitos humanos e do estado laico, atentas ao lugar que historicamente travestis ocupam em nossa sociedade”.

A Câmara ficou perto de ter uma terceira deputada federal transexual eleita neste ano por Pernambuco, onde Robeyoncé Lima (PSOL) recebeu 80 mil votos, número superior a seis deputados eleitos, mas insuficiente para eleger dois parlamentares da federação Rede/PSOL, dentre os 25 representantes do estado nordestino. Com isso, a advogada é suplente.

Em redes sociais, a associação destacou ainda a eleição para assembleias estaduais de Linda Brasil (PSOL), no Sergipe, Dani Balbi (PCdoB), no Rio de Janeiro, e Carolina Iara (PSOL), em São Paulo, que é codeputada do mandato coletivo Bancada Feminista.