Exército ucraniano entra em cidade estratégica em uma das regiões anexadas pela Rússia

Tomada da Lyman representa uma vitória crucial para Kiev

Foto: Handout / Ukrainian Presidential Press Service

O exército ucraniano entrou neste sábado em Lyman, cidade estratégica no leste do país, na região de Donetsk, anexada na sexta-feira por Moscou, apesar das críticas de Kiev e das potências do mundo ocidental. “As forças de ataque aéreo ucranianas estão entrando em Lyman, na região de Donetsk”, afirmou o ministério ucraniano da Defesa no Twitter.

Ao mesmo tempo, o exército russo anunciou a retirada da cidade. “Ameaçadas com o cerco, as tropas aliadas se retiraram de Lyman para linhas mais favoráveis”, afirmou o ministério da Defesa em um comunicado.

Algumas horas antes, Kiev anunciou que as tropas haviam “cercado” milhares de soldados russos na cidade. O porta-voz do exército no leste do país, Serhiy Cherevatyi, afirmou que “entre 5 mil e 5,5 mil russos” ficaram entrincheirados dentro e nos arredores de Lyman.

A tomada da cidade representa uma vitória crucial para Kiev, porque Lyman é um importante centro ferroviário na região anexada de Donetsk. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou os “resultados significativos” da contraofensiva das tropas no leste.

Justiça internacional
Após a anexação oficial na sexta-feira de quatro regiões ucranianas por parte da Rússia, Kiev anunciou que vai recorrer à Corte Internacional de Justiça (CIJ) e apelou para que o tribunal “examine o caso o mais rápido possível”.

Zelensky também disse que pretende assinar o documento para obter uma adesão acelerada da Ucrânia à Otan, uma decisão apoiada por Estados Unidos e Canadá. O presidente russo, Vladimir Putin, liderou na sexta-feira um dia de cerimônias após a anexação dos territórios ucranianos, sob o aplauso de milhares de simpatizantes na Praça Vermelha de Moscou.

Putin assinou no Kremlin os documentos de anexação ao lado dos dirigentes das regiões separatistas da Ucrânia (Donetsk e Luhansk) e das ocupadas pelas tropas russas (Zaporizhzhia e Kherson).

Neste sábado, o líder da república russa da Chechênia, Ramzan Kadyrov, pediu que o exército russo utilize “armas nucleares de baixa potência” na Ucrânia.

“Na minha opinião, medidas mais drásticas devem ser tomadas, até a declaração da lei marcial nas áreas de fronteira e o uso de armas nucleares de baixa potência”, afirmou Kadyrov em mensagem no Telegram, na qual criticou o “nepotismo” dentro do exército russo.

*Com informações da Agência France Presse (AFP)