Prefeito de Rio Grande quer reforço de efetivo policial devido à guerra entre facções no município

Pedido ocorre após o registro da 83ª morte violenta na cidade

Reunião do Gabinete de Gestão Integrada. (Foto: Prefeitura de Rio Grande)

O prefeito de Rio Grande, Fábio Branco (MDB), confirmou, na noite desta sexta-feira, a solicitação de uma audiência com o governo estadual para pedir reforço do efetivo policial no município no litoral Norte. O pedido ocorre após o registro da 83ª morte, nesta semana, em decorrência de um conflito entre facções do município.

“O objetivo é a demonstrar que quando houver a divisão [de recursos humanos], o município possa ser contemplado para que possamos preencher vagas em efetivos da Polícia Civil, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e outras instituições”, declarou o prefeito à Rádio Guaíba.

“O governador [Ranolfo Vieira Jr.] sempre tem nos recebido. Não temos nenhum interesse em fazer política em termos pré-eleitorais. Só demonstramos a preocupação que temos com o número de homicídios, que continua alto em Rio Grande”, destacou, frisando que a intenção de manter audiência com as autoridades estaduais não muda após o pleito deste fim de semana.

De acordo com a delegada regional de Polícia Civil de Rio Grande, Lígia Furlanetto, a decisão de pedir reforços para a segurança partiu de integrantes do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI), que enviou ao prefeito a demanda. O grupo reúne representantes da prefeitura, Ministério Público e de órgãos da segurança pública, como Brigada Militar e Polícia Rodoviária Estatual.

A delegada confirmou à reportagem que o estopim do conflito entre traficantes foi a descoberta, em novembro do ano passado, de um suposto plano de fuga da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), forjado, por faccionados de Rio Grande, para incriminar o líder de outra organização atuante no município. O objetivo era forçar a transferência dele a uma penitenciária federal. Desde então, a cidade enfrenta a pior crise na segurança pública desde 2017, quando foram registradas 70 homicídios em 12 meses.