A caderneta de poupança completou em agosto dois anos com os juros negativos, isto é, abaixo da inflação. Um levantamento da plataforma Economatica feito em abril revela que o retorno real da aplicação no acumulado de 12 meses ficou negativo em 6,58% No mesmo período, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu 12,13%.
Conforme o levantamento, a última vez que a poupança teve uma rentabilidade acumulada em 12 meses superior à inflação foi em agosto de 2020, quando o retorno real da modalidade foi de 0,45% em um ano. Apesar do patamar atual da Selic estar em 13,75% ao ano e com perspectivas de crescer ainda mais, a caderneta se mantém com o rendimento estagnado em 6,17% ao ano, mais a TR (Taxa Referencial).
A poupança possui uma remuneração de 0,5% ao mês sempre que a Selic estiver acima de 8,5% ao ano. Já quando a Selic está num patamar de até 8,5%, o rendimento da poupança corresponde a 70% da Selic. A aplicação é isenta de Imposto de Renda.
Dados do Banco Central revelam que 164 milhões de brasileiros guardavam algum valor na poupança ao final de 2019. Já as retiradas em março superaram os depósitos em R$ 15,4 bilhões. Este é o mais alto para o mês de março desde o início da série histórica em janeiro de 1995 e também o terceiro mês seguido de captação negativa em 2022.
O saldo da poupança, isto é, o volume total aplicado, após as retiradas de março teve uma queda de R$ 10 bilhões, indo de R$ 1,016 trilhão em fevereiro para R$ 1,006 trilhão em março.