MP alerta TSE sobre redução dos locais de votação no exterior

Mesmo com o aumento no número de brasileiros que votam fora do país em 2022, o Itamaraty reduziu as seções eleitorais

Foto: RECORD TV / REPRODUÇÃO / CP

O Ministério Público Eleitoral enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um alerta sobre a redução dos locais de votação para brasileiros que vivem no exterior. De acordo com o documento assinado pelo vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet, mesmo com o aumento no número de brasileiros que votam fora do país em 2022, o Itamaraty reduziu as seções eleitorais.

Segundo o MP, o alerta foi iniciativa do Grupo Executivo da Função Eleitoral (Genafe), coordenado por Sidney Madruga, que manifestou preocupação após tomar conhecimento de um vídeo em que uma brasileira que mora nos Estados Unidos relata possíveis problemas que os brasileiros no exterior terão para votar por causa da dificuldades de acesso aos locais de votação. O Portal R7 procurou o Itamaraty, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

“Conforme relata a cidadã, muitos brasileiros terão que enfrentar grandes deslocamentos para exercer o direito de votar, dependendo de transporte aéreo ou de longo trajeto em rodovias, o que implica elevado dispêndio de recursos e de tempo”, destacou o Ministério Público.

Neste ano, mais de 697 mil pessoas que moram em outros países devem votar para os cargos de presidente e vice-presidente da República. O número representa um aumento de 39,21% em relação a 2018, quando foram realizadas as últimas Eleições Gerais. No pleito de 2022, a votação ocorrerá em 181 cidades estrangeiras.

Lisboa, Miami, Boston, Nagoia e Londres são os locais que concentram a maior quantidade de brasileiros aptos a votar no exterior. Na capital portuguesa, estão 45.273 pessoas habilitadas a comparecer às urnas em outubro. Em Miami e em Boston, estão, respectivamente, 40.189 e 37.159 eleitores que votam fora do Brasil.

Na cidade japonesa, são 35.651 brasileiros que poderão escolher a candidata ou o candidato que ocupará a Presidência da República pelos próximos quatro anos. A capital da Inglaterra vem logo depois, com 34.498 eleitores.

Vaticano (Itália), Bamako (Mali) e Abuja (Nigéria), por outro lado, são os lugares que detêm a menor quantidade de eleitores brasileiros: há somente uma pessoa que vota em cada uma dessas localidades.