ONU acusa Nicolas Maduro de orquestrar crimes contra humanidade para reprimir opositores

Relatório denuncia líder venezuelano por elaborar plano para suprimir oposição com métodos de tortura e violência sexual perpetrados por agentes de segurança

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Nesta terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório em que acusa os serviços de inteligência da Venezuela de crimes contra a humanidade, cometidos sob ordens do governo, para reprimir a oposição. Apresentado durante a tarde, em Genebra, na Suíça, o levantamento foi produzido pela Missão Internacional Independente de Investigação de Fatos da ONU sobre a República Bolivariana da Venezuela (FFMV).

De acordo com o documento, o presidente Nicolas Maduro organizou métodos para suprimir membros oposição no país. O relatório ainda descreve o papel do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) e da DGCIM (Direção de Contra-Inteligência Militar) na promoção dos atos, através de torturas ‘extremamente graves’, contra opositores.

“Esse plano foi orquestrado no nível político mais alto, liderado pelo presidente Nicolas Maduro”, ressaltou em entrevista coletiva Marta Valiñas, presidente da Missão Internacional Independente da ONU sobre a Venezuela. “O Estado venezuelano usa os serviços de inteligência e seus agentes para reprimir a dissidência no país. Isso leva à prática de crimes graves e violações de direitos humanos, incluindo atos de tortura e violência sexual”, complementou.

Segundo as investigações, desde 2014, foram registrados 122 casos de vítimas que foram ‘submetidas à tortura, violência sexual e/ou outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes’ perpetrados por integrantes dos serviços de segurança na Venezuela. O relatório detalha que, dentre os métodos de tortura, estão espancamentos com objetos, choques elétricos, asfixia com sacos plásticos, além de formas de tortura psicológica.