PIB do estado tem queda de 3,5% no segundo trimestre de 2022

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A economia gaúcha encerrou o segundo trimestre ao ano com uma queda de 3,5% na comparação com o primeiro trimestre. Já na comparação com igual período do ano passado, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) mostram uma retração ainda maior, de 11,5%. Nos dois casos, as taxas do Rio Grande do Sul ficaram abaixo do desempenho registrado no Brasil (+1,2% e + 3,2%, respectivamente).

Entre os três grandes segmentos da economia, a Agropecuária foi a principal responsável pela queda nos números tanto na base trimestral quanto na comparação de seis meses do ano, fruto da estiagem que atingiu o setor. No acumulado do primeiro semestre de 2022, a queda no PIB do Estado foi de 8,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto no país a alta foi de 2,5%. No acumulado em quatro trimestres, o PIB do Rio Grande do Sul apresentou queda 2,4%, enquanto no país o resultado foi positivo em 2,6%.

Os resultados referentes ao segundo trimestre do ano foram divulgados nesta segunda-feira, 19, pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG).  O setor agropecuário apresentou queda de 38,3% no segundo trimestre em relação ao primeiro e de 65,6% quando comparado com o período de abril a junho de 2021, pior resultado para o setor desde o início da série histórica, em 2002.

Destaque para o desempenho de cultura como a Soja (-54,3%), Arroz (-31,6%) e Milho (-9,8%) no período. Já a Indústria obteve resultados acima dos do país nas duas bases de comparação e o setor de Serviços registrou desempenho acima do nacional quando comparado com o primeiro trimestre de 2022.

“O resultado negativo do segundo trimestre já era esperado, uma vez que a maior parte da produção agrícola, bastante afetada pela estiagem que ocorreu no Estado nos primeiros meses do ano, é computada nesse período para o cálculo do PIB.  Com a base alta do ano passado, a agropecuária sofreu a maior queda trimestral da série histórica. Seus efeitos no PIB gaúcho não foram maiores porque Indústria e Serviços, sobretudo o Comércio, tiveram desempenhos bons no período”, destacou Vanessa Sulzbach, chefe da divisão de Análise Econômica e diretora adjunta do DEE.

COMPARAÇÃO ANUAL

A Indústria gaúcha apresentou alta de 3,0% no segundo trimestre, contra 2,2% do Brasil, puxado pelas áreas de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+18,4%) e Construção (+4,3%). Enquanto isso, a Indústria de Transformação, a mais significativa da economia gaúcha, obteve alta de 1,7%, a mesma do país. Nos Serviços, o crescimento no Estado foi de 1,6% (1,3% no Brasil), impulsionado pelo Comércio (+6,9%), que se destacou em relação ao desempenho do setor no nível nacional (1,7%).

Quando a comparação é feita com o mesmo período do ano passado, a Indústria manteve-se como destaque positivo, com alta de 7,3% (1,9% no país). Os setores de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+18,1%) e Construção (+10,6%) sustentaram a elevação, enquanto a Indústria de Transformação registrou alta de 4,5%. Entre as principais atividades industriais do Rio Grande do Sul, Veículos automotores, reboques e carrocerias (+42,2%) e Máquinas e equipamentos (+15,6%) ocuparam a liderança do ranking de crescimento, enquanto Produtos químicos (-22,5%) e Móveis (-15,1%) obtiveram as maiores baixas.

No segmento de Serviços, a alta em relação ao segundo trimestre de 2021 foi de 3,8% (+4,5% no país). Entre as principais influências positivas ficaram o Comércio (+5,1%), Outros serviços (11,1%) e Serviços de informação (+6,7%) enquanto na outra ponta estiveram as atividades de Intermediação financeira e seguros (-2,6%) e de Administração, educação e saúde públicas (-0,7%). Especificamente no segmento do Comércio, seis das 10 atividades avaliadas apresentaram alta, com destaque para Hipermercados e supermercados (+7,4%), Combustíveis e lubrificantes (+16,4%) e Tecidos, vestuários e calçados (+12,8%). Material de construção (-17,1%), Comércio de veículos (-12,2%) e Equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação (-38,4%) registraram quedas.