A Polícia Federal realiza, na manhã desta quinta-feira (15), uma operação para desmantelar uma quadrilha do Rio Grande do Sul que atua no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. O grupo aliciava jovens da região de Passo Fundo para o envio de drogas à Europa. Mais de 90 policiais federais cumprem 65 medidas judiciais, sendo sete mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 22 de busca e apreensão. Trinta pessoas são alvos dessa operação.
A investigação teve início a partir da constatação de que um indivíduo que cumpre pena por tráfico de drogas estaria, a partir de sua cela prisional, agenciando remessas de drogas para a Europa. O investigado também contava com o apoio de outros detentos e de pessoas em liberdade, que atuariam na busca por jovens sem antecedentes criminais para o transporte de drogas para a fora do país, mediante pagamento.
Em novembro de 2019, um homem residente em Passo Fundo foi preso no aeroporto de Zurique, na Suíça, quando desembarcava de voo proveniente do Brasil, transportando quatro quilos de cocaína de forma oculta em sua bagagem. No mesmo mês, uma mulher, também de Passo Fundo, acompanhada de um catarinense, foram presos em Copenhagen, na Dinamarca, quando desembarcavam de viagem proveniente do Brasil, transportando drogas em suas bagagens de forma oculta.
O grupo também atuava na distribuição regional de drogas em Passo Fundo, recebendo drogas de Curitiba (cocaína e maconha) e do litoral de Santa Catarina (drogas sintéticas) e repassando a traficantes locais, responsáveis pelo comércio varejista de drogas.
As ordens judiciais são cumpridas nos municípios de Passo Fundo/RS, Marau(RS), Caxias do Sul(RS), Montenegro(RS), Itapema(SC), Itajaí(SC), Curitiba(PR), Fazenda Rio Grande(PR), Cascavel(PR), Laranjeiras do Sul(PR), Valinhos(SP) e Vinhedo(SP). Cerca de 130 contas bancárias do grupo já foram bloqueadas.
A organização criminosa é investigada, ainda, pela lavagem de dinheiro decorrente do tráfico de drogas, uma vez que foram movimentados valores expressivos a partir de contas bancárias de “laranjas” (pessoas físicas e jurídicas). Constatou-se que o grupo de “laranjas”, através de diversas contas bancárias, teria movimentado aproximadamente R$ 220 milhões, no período entre 2017 e 2021.