A indústria calçadista brasileira já apresenta uma recuperação em produção e receita acima do período pré-pandemia de Covid-19. Conforme dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), entre janeiro e agosto foram embarcados 97,57 milhões de pares, que geraram US$ 880,88 milhões, altas de 29,7% em volume e de 62,7% em receita na relação com igual período do ano passado. Na comparação com a pré-pandemia, em 2019, os incrementos são de 29,4% em pares e de 35,6% em receita gerada.
Apenas no mês de agosto foi registrado o embarque de 10,7 milhões de pares por US$ 117,43 milhões, o melhor resultado mensal de 2022. O crescimento no comparativo com agosto de 2021 é de 15% em volume e de 50,4% em receita. O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, avalia que os países latino-americanos seguem sendo determinantes para a performance, com destaque para o Chile, que se consolida como o quarto destino do calçado brasileiro no exterior.
DESTINO
Principal destino do calçado brasileiro no exterior, em agosto os Estados Unidos importaram 1,34 milhão de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 38 milhões, estabilidade em volume e aumento de 57% em receita relação ao mesmo mês de 2021. No acumulado de janeiro a agosto, foram embarcados para lá 14,35 milhões de pares, que geraram US$ 246,3 milhões, incrementos tanto em volume (+57,2%) quanto em receita (+84,6%) em relação ao mesmo período do ano passado.
O segundo destino do calçado brasileiro segue sendo a Argentina, apesar da crise interna e da resolução do Banco Central da República Argentina (BCRA) que altera o acesso ao Mercado único de Câmbio para pagamento de importações e que libera os pagamentos das mercadorias importadas somente após 180 dias. No mês de agosto, os hermanos importaram 1,5 milhão de pares por US$ 17,6 milhões, queda de 8,4% em volume e incremento de 49,7% em receita na relação com o mesmo mês do ano passado.
No acumulado dos oito meses de 2022, foram embarcados para lá 11,7 milhões de pares, que geraram US$ 127,42 milhões, incrementos tanto em volume (+50,9%) quanto em receita (+84%) em relação ao mesmo intervalo de 2021.
O principal exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul, de onde partiram, entre janeiro e agosto, 29,16 milhões de pares, que geraram US$ 413,95 milhões, altas de 50,2% e de 72,6%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.
IMPORTAÇÕES
Entre janeiro e agosto, as importações de calçados somaram 18,4 milhões de pares e US$ 234,3 milhões, altas de 20,7% em volume e de 10,4% em receita na relação com o mesmo período de 2021. As principais origens foram Vietnã (5 milhões de pares e US$ 106,17 milhões, quedas de 17,7% e de 13,2%, respectivamente, ante 2021), Indonésia (2 milhões de pares e US$ 40,27 milhões, altas de 12% e 23%) e China (8,6 milhões de pares e US$ 35,13 milhões, incrementos de 55,2% e 54,4%).
Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – as importações acumuladas somaram US$ 18,94 milhões e as principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.