Divulgado nesta quarta-feira, o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de regulação nuclear internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que o Irã conta com estoque de urânio enriquecido em aproximadamente 60%. De acordo com o levantamento, acessado pela agência Reuters, a quantia é suficiente para que o país produza bombas nucleares.
Essa é a primeira vez, desde o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e as potências mundiais, que o país ultrapassa, oficialmente, o limite de pureza permitida para enriquecer urânio em 3,67%. A nação xiita confirma, assim, as ameaças de violar as restrições nucleares do pacto desde que os Estados Unidos abandonaram as negociações, em 2018, sob o governo do então presidente Donald Trump, e reimpuseram sanções contra Teerã que haviam sido retiradas no tratado.
Na última segunda-feira, Mohammad Eslami, chefe da organização de energia atômica do Irã, já havia admitido que o país dispõe de capacidade técnica para produzir a bomba atômica. De acordo com o representante iraniano, contudo, essa não é a intenção do líder do país, o aiatolá Ali Khamenei.