A caderneta de poupança encerrou o mês de agosto tento registrado um saque líquido de R$ 22,016 bilhões, em um cenário de alta dos juros, conforme dados do Banco Central divulgados nesta terça-feira, 6. Após uma série de resultados negativos, o saldo total da poupança ficou abaixo de R$ 1 trilhão pela primeira vez desde agosto de 2020, somando R$ 991,812 bilhões no mês.
O volume de saques ficou muito acima do resultado negativo de R$ 5,468 bilhões no mesmo mês de 2021, sendo o maior saque líquido nominal para todos os meses da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995.
Do total do mês, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no valor de R$ 19,697 bilhões. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de R$ 2,318 bilhões. Com o resultado, a caderneta de poupança acumula um saque líquido de R$ 85,168 bilhões entre janeiro e agosto deste ano, também recorde da série.
No mesmo período de 2021, o resultado estava negativo em R$ 15,630 bilhões. A retirada de repasses sociais emergenciais e as altas sucessivas de juros pelo BC para segurar a inflação levaram a poupança a acumular retiradas significativas. Como a taxa de juros economia está acima de 8,5% ao ano (13,75%), os depósitos na poupança voltaram a ter rendimento fixo de 0,5%, ou 6,17% ao ano nominal, mais taxa referencial (TR), que é próxima de zero. Isso leva a remuneração da poupança a ser a mais baixa na comparação com outros investimentos de renda fixa.