O Brasil terá três meses consecutivos de deflação, mas não perspectiva de queda dos juros. A afirmação foi feita na noite de segunda-feira, 5, pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ao afirar que a batalha contra a inflação não está ganha. Segundo ele, o BC não pensa em queda de juros neste momento, mas sim em finalizar o trabalho de convergência da inflação para as metas.
O presidente do Banco Central afirmou que a inflação em 12 meses no Brasil chegou ao pico no Brasil e começa a melhorar. As declarações foram feitas durante o evento Valor 1000, do jornal Valor Econômico, em São Paulo. Segundo Campos Neto, como o Brasil iniciou o processo de alta de juros antes das demais economias do mundo, há uma expectativa do mercado de que o trabalho está feito e de que os juros devem começar a cair.
Para Campos Neto, a ociosidade no mercado de trabalho é um dos pontos importantes para análise na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que está marcada para os dias 20 e 21 de setembro. O presidente do BC ainda afirmou que os governos das maiores economias do mundo têm adotado medidas para compensar o aumento da inflação de várias formas, com gastos entre 1,5% e 2% do PIB.