Queimadas: Amazônia registra pior agosto em 12 anos, revela Inpe

Marca é a mais alta dos últimos cinco anos, entre todos os meses

Foto: Walter Campanato / Agência Brasil

A Amazônia teve 33.116 focos de incêndio, em agosto, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelados, nesta quinta-feira, pela Agência Estado (AE). O número é o maior registrado para o mês em 12 anos e corresponde a mais que o quádruplo da menor marca para o período – 8.002 focos, em agosto de 2011. As medições começaram em 1998.

O registro supera a média histórica para o mês, de 26.299 focos de queimadas, e é o mais alto registrado em qualquer um dos meses dos últimos cinco anos, desde setembro de 2017, quando foram identificados 36.569.

Ainda segundo dados do Inpe, o número de focos em agosto é mais do que o triplo do registrado em 2018, que teve 10.421.

Em toda a gestão Jair Bolsonaro, a média desse mês do ano esteve acima de 28 mil focos, mas o volume mais alto se verificou em agosto de 2005, com 63.764.

A devastação do bioma acumula outros recordes neste ano, como o de desmatamento. Entre agosto do ano passado e julho deste ano, 8.590 km² da Amazônia foram derrubados, segundo o Deter, sistema também do Inpe.

Além disso, um relatório do MapBiomas mostrou que o desmatamento no Brasil cresceu 20,1% em 2021, atingindo 16,5 mil km² em todos os biomas. Em três anos, o país perdeu uma área verde próxima à do estado do Rio de Janeiro. Na Amazônia, a estimativa é que sejam derrubadas 18 árvores por segundo. Apenas 27% das áreas desmatadas são alvo de alguma fiscalização.