Número de trabalhadores sem carteira bate recorde de 13,1 milhões, aponta IBGE

Foto: Guilherme Testa/CP

Apesar da taxa de desemprego no Brasil ter apresentado um recuo para 9,1% no trimestre terminado em julho na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o que representa 9,9 milhões de pessoas, o indicador também revela um aumento do número de pessoas com trabalho sem carteira e trabalho informal

O número de pessoas com trabalho sem carteira assinada bateu o recorde da série histórica e chegou a 13,1 milhões de pessoas. Também no trimestre entre maio e julho, trabalhadores informais somaram 39,8% da força de trabalho no país, o equivalente a 39,3 milhões de pessoas.

Os grupos que tiveram o maior número de novos profissionais foram Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com mais 692 mil pessoas, e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com um adicional de 648 mil pessoas. Apenas o setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura não apresentou crescimento na população ocupada.

RENDA

O rendimento médio também registrou crescimento real pela primeira vez em dois anos, chegando a R$ 2.693 no trimestre, influenciado principalmente por um aumento no rendimento de empregadores, militares e funcionários públicos estatutários. Conforme a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy, a última vez que houve crescimento significativo foi no trimestre encerrado em julho de 2020. O valor foi 2,9% maior que no trimestre anterior.

A diferença entre os dados divulgados na semana pelo Ministério do Trabalho divulgou nesta semana os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram que o país abriu 218,9 mil novas vagas em julho. A pesquisa, porém, abrange apenas contratos regidos pela CLT. São as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio. Já a Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende o mercado de trabalho informal.