A Instituição de Educação Infantil (IEI) Pé de Moleque, no bairro Farrapos, tornou-se a primeira escola a destinar um espaço para vacinar crianças em Porto Alegre, nesta quarta-feira. O atendimento, a cargo da equipe da Unidade de Saúde Fradique Vizeu, ocorreu durante o turno da manhã, exclusivamente com doses contra a poliomielite. A parceria se deu após a autorização do governo estadual para que as escolas públicas e privadas possam se somar aos tradicionais locais para imunização de crianças, tanto contra a Covid-19 quanto contra a pólio no Rio Grande do Sul.
O principal motivo para a mobilização, que uniu Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), é a baixa cobertura vacinal de crianças, entre 5 e 11 anos, contra a Covid-19. Conforme dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), 68% desse público tomou a primeira dose e apenas 47%, a segunda. Em relação à pólio, o reforço nos pontos de vacinação é necessário devido à campanha nacional de combate à doença, em vigor em todo o país até 9 de setembro. Pouco mais 150 mil crianças receberam a gotinha, o que não representa mais de 30% do total do público-alvo de 1 a 4 anos de idade.
Na capital, assim como ocorre em outras cidades da região metropolitana e interior do RS, o calendário de vacinação contra as duas doenças dentro das escolas das redes pública e privada ainda não está definido. A expectativa é de lançamento de uma campanha oficial nesse sentido, por parte do governo estadual.
As doses contra a Covid-19 para crianças a partir de 5 anos podem ser aplicadas em 19 unidades de saúde. Já a vacinação de crianças de 3 e 4 anos com a primeira dose segue suspensa temporariamente por falta de novas doses de Coronavac enviadas pelo Ministério da Saúde. Nesta semana, o Instituto Butantan confirmou a retomada da produção, para que novas remessas sejam distribuídas em setembro.
Unidade de saúde
Para realizar a multivacinação, os pais ou responsáveis das crianças devem estar presentes na aplicação das vacinas de rotina. No caso da dose extra de pólio, a autorização pode ser feita por escrito, bem como a vacinação do público adolescente.
A partir do contato com as escolas, a direção deve informar nome, idade e CPF dos estudantes. Com a lista, a unidade de saúde pode pesquisar a situação vacinal das crianças e programar que tipos de imunizante levar ao evento. Em seguida, é avaliada a melhor data para a ação de multivacinação, informando os pais previamente.
Os pontos de vacinação serão divulgados ao longo da semana pela SMS, conforme a organização das escolas e unidades de saúde.
Até 9 de setembro, segue aberta a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite para crianças menores de cinco anos e a multivacinação para atualização da caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15. Em Porto Alegre, as doses podem ser encontradas em 132 unidades de saúde.
*Com informações de Christian Bueller, do Correio do Povo
