Após discussão, júri popular de PM acusado de matar filho recém-nascido é dissolvido e remarcado para fevereiro

Segundo a juíza Cristiane Busatto Zardo, que presidiu a sessão, medida decorreu de desentendimento entre acusação e defesa

Juíza Cristiane Zardo presidiu o júri | Foto: Juliano Verardi/TJRS

O júri popular do policial militar aposentado Ronaldo dos Santos, acusado de matar o filho recém-nascido e mais quatro pessoas da mesma família, no bairro Itu-Sabará, na zona Norte de Porto Alegre, em 2016, acabou dissolvido, nesta terça-feira. A decisão, tomada pela juíza Cristiane Busatto Zardo, que presidiu a sessão, decorreu de um desentendimento entre acusação e defesa no plenário.

Conforme o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), o advogado do réu afirmou que o cliente havia sido prejudicado pela forma como a acusação, representada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), na figura do promotor de Justiça, Eugênio Paes Amorim, se dirigiu a ele.

Na ocasião, a pedido da defesa – representada pelos advogados Ruan Galiardo Cambruzzi, Matheus Prestes Cambruzzi e Leonardo Reinaldo Duarte – o vice-presidente da OAB/RS, Mateus Marques, compareceu no plenário e interviu requerendo a dissolução do conselho de sentença. O pedido acabou sendo acatado pela magistrada.

Na decisão, a juíza remarcou o julgamento para 28 de fevereiro de 2023.

Sessão

O julgamento começou às 10h30min, no Salão do Júri do 6º andar do Foro Central I da Capital. Pela manhã, havia sido ouvida uma testemunha de defesa, o policial militar Daniel Fagundes que atendeu a ocorrência e encontrou os corpos.

Na sequência, o réu prestou esclarecimentos, a pedido da defesa, apenas para o advogado que o representa. Ronaldo dos Santos, que é natural de Tubarão/SC, negou ser autor dos disparos, mais uma vez. Ele segue preso, desde julho de 2021, na Penitenciária Estadual de Canoas.