O delegado Luís Eduardo Sandim Benites, da 9ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (9ªDPRI), confirmou à Rádio Guaíba, no fim da tarde desta quinta-feira, que testemunhas relataram à investigação que PMs agrediram o adolescente Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, durante a abordagem no dia em que o jovem de 18 anos desapareceu. Gabriel teve o corpo localizado submerso, uma semana depois, em um açude da região do Lava Pés, em São Gabriel, na fronteira Oeste. A Polícia investiga um sargento e dois soldados, presos desde o fim de semana e alvos, também, de um Inquérito Policial Militar (IPM). Benites disse, ainda, que não descarta a reconstituição do crime.
“Existe a materialidade do crime e, também, há indícios de autoria”, declarou o delegado. “Estamos aguardando a conclusão da necropsia e, então, serão marcados os interrogatórios. Se houver divergência de informações, faremos acareações. Há a possibilidade de que seja feita a reconstituição do crime”, complementou.
Apesar de ter evitado entrar em detalhes acerca de quais agressões foram citadas pelos depoentes, o delegado confirmou que a Polícia investiga o fato de o jovem ter sofrido golpes de cassetete e, ao menos, um tapa. Ele também reafirmou que, além dos envolvidos, a Polícia ouviu outros seis policiais militares.
“As agressões relatadas nos depoimentos foram incluídas, inclusive, no pedido de prisão preventiva”, informou Benites. Na terça, a Justiça determinou que os três policiais permaneçam detidos no Presídio Militar de Porto Alegre. Para o delegado, os indícios de qeu houve agressões foram determinantes para decisão judicial.
Mais cedo, a Polícia Civil revelou ter apreendido o carro pessoal do sargento investigado pela morte de Gabriel. Benites confirmou a medida ao Correio do Povo, nesta quinta-feira. Apesar de não ter informado o modelo do veículo, o delegado disse que “o motivo se relaciona com os fatos investigados”.