Setor de serviços gaúcho perdeu 4,4 mil empresas desde o primeiro ano da pandemia

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O primeiro ano da pandemia de covid-19 foi responsável pelo fechamento de 14.544 empresas prestadoras de serviços não financeiros no País, resultando na extinção de 313.383 postos de trabalho e 1,1% a menos no número de empresas. Os dados são da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) de 2020, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 24. No Rio Grande do Sul foram 4,4 mil empresas a menos, o equivalente a 3,8%, e 43,9 mil postos de trabalho.

O número de empresas encolheu 1,1% em relação a 2019 em todo o país, enquanto o pessoal ocupado recuou 2,4%. Entretanto, os impactos foram mais drásticos nas atividades que prestam serviços presenciais. Nos serviços prestados às famílias, 59.835 empresas fecharam as portas e 467.882 pessoas perderam o trabalho, incluindo os serviços de alojamento, alimentação, atividades recreativas e culturais, serviços pessoais e ensino continuado.

Os serviços prestados às famílias tiveram a maior queda proporcional em número de empresas, um enxugamento de 14,3%. Proporcionalmente, o segmento que mais cortou trabalhadores foi o de agências de viagens, operadores turísticos e outros serviços de turismo, uma queda de 28,4% no pessoal ocupado.

Em 2020, o setor de serviços tinha 1,4 milhão de empresas no País, que geraram R$ 1,8 trilhão em receita operacional líquida e R$ 1,1 trilhão de valor adicionado. O setor empregava 12,5 milhões de pessoas, que receberam R$ 373,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, uma queda de 4,0% ante 2019.

O salário médio mensal nacional do setor de serviços em 2020 foi de 2,2 salários mínimos. Os serviços de informação e comunicação permaneciam com os maiores salários, uma média de 4,5 salários mínimos em 2020, enquanto serviços prestados principalmente às famílias tinham os menores, apenas 1,4 salário mínimo, em média.

SETOR DE SERVIÇOS NO RS

No Rio Grande do Sul, a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) mostrou um total de 110,3 mil empresas atuando no Rio Grande do Sul, uma queda de 3,8% (menos 4,4 mil unidades) em relação a 2019, devido sobretudo às retrações de 23,4% no segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio e de 13,9% nos serviços prestados principalmente às famílias. Com o segundo maior número de unidades locais desde 2011, o recuo no intervalo de um ano foi o maior da série de dez anos.

Os serviços profissionais, administrativos e complementares (38,9 mil empresas) e os serviços prestados principalmente às famílias (25,2 mil) foram os segmentos com maior número de empresas, correspondendo, em conjunto, a 58,1% das empresas prestadoras de serviços não financeiros no estado em 2020.

Em 31 de dezembro de 2020, o setor de serviços empregava 725,2 mil pessoas no Rio Grande do Sul. Esse foi o menor contingente desde 2012, quando os serviços ocupavam 689,8 mil pessoas. Em relação a 2019, o conjunto dos serviços perdeu 5,7% (menos 43,9 mil pessoas) dos postos de trabalho, a maior retração em um ano na série histórica de dez anos. Já na comparação com 2011, houve aumento de 6,3% (mais 43 mil pessoas).

O setor mais afetado foi o de serviços prestados principalmente às famílias, com queda de 20,2% (menos 34,7 mil empregos). Dentro desse segmento, a influência negativa mais intensa veio dos serviços de alojamento e alimentação: -26,2% ou menos 33,8 mil pessoas ocupadas. O setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio também teve queda acentuada no primeiro ano da pandemia de Covid-19: -11,2% (ou menos 20,6 mil pessoas), puxada sobretudo pelo transporte rodoviário (-10,9% ou menos 15,7 mil pessoas).