“Cadê a turminha da Carta pela Democracia?”, questiona Bolsonaro em Minas Gerais

Declaração sobre operação da Polícia Federal que mira empresários ocorreu durante comício em Betim

Foto: Alan Santos / Palácio do Planalto

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou pela primeira vez em público, nesta quarta-feira, a operação da Polícia Federal que mirou empresários suspeitos de defender um golpe de Estado em mensagens trocadas no WhatsApp.

“Somos ainda um país livre. E eu pergunto a vocês: o que aconteceu no tocante aos empresários agora? Esses oito empresários, tenho contato com dois deles: Luciano Hang e Meyer Nigri. Cadê aquela turminha da Carta pela Democracia?”, questionou Bolsonaro, durante comício em Betim, Minas Gerais. “A gente sabe que em época de campanha continuam lobos em pele de cordeiro. Acreditar que eles são democratas e nós não somos?”, continuou.

Operação
A operação envolvendo os empresários citados por Bolsonaro ocorreu nessa terça-feira. Foram recolhidos celulares, computadores e outros equipamentos com arquivos digitais, em endereços ligados aos suspeitos, após a revelação da existência de um grupo de WhatsApp em que eles debatiam um suposto golpe de Estado para o caso de Bolsonaro não ser reeleito.

As buscas feitas pela Polícia Federal foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O inquérito corre sob sigilo, mas o portal R7 apurou que foram cumpridos mandados no Ceará, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e em São Paulo.

No dia da operação, Bolsonaro cumpria agenda em São Paulo. Durante almoço com empresários na residência de João Camargo, presidente do grupo Esfera Brasil, o chefe do Executivo federal lamentou reservadamente a decisão de Moraes e a ação policial.