Autoridades da Ucrânia e dos EUA identificaram, nos últimos dias, uma mobilização por parte da Rússia para intensificar os ataques em várias frentes da guerra. Com medo do aumento das ofensivas, a população começou, nesta terça, a fugir de Kiev. A embaixada norte-americana na capital ucraniana aconselhou cidadãos a saírem do país o mais rápido possível. As informações foram publicadas pela Agência Estado.
Agências americanas de inteligência projetaram um aumento dos ataques contra infraestruturas civis e prédios governamentais, especialmente hoje, dia em que a Ucrânia celebra a independência da União Soviética, em 1991, uma data contestada pela minoria de nacionalistas pró-Rússia.
Medo
Autoridades da capital proibiram reuniões e eventos pelo menos até amanhã. Um reflexo do medo que tomou conta de Kiev esteve presente nesta terça no Estádio Olímpico, onde Shakhtar Donetsk e Metalist jogaram de portões fechados e empataram por 0 a 0 na abertura do campeonato ucraniano de futebol – que voltou a ser disputado em um ambiente tomado de emoção e apreensão.
Após um pontapé inicial simbólico dado por um soldado, os jogadores foram a campo sabendo que, ao toque de uma sirene, corriam risco de serem retirados às pressas pelos militares.
Temor
A segurança, no entanto, não está sendo reforçada apenas em Kiev. Policiais foram espalhados pelas ruas de várias cidades do país. Grandes celebrações foram proibidas e as pessoas foram alertadas a prestarem atenção especial às sirenes de ataque aéreo “Devemos estar cientes de que esta semana a Rússia pode tentar fazer algo particularmente desagradável e cruel”, disse Zelensky.
O governo ucraniano teme ainda que a Rússia possa usar a data nacional para começar o julgamento de soldados do país. Nos últimos dias, surgiram vídeos de gaiolas de ferro sendo construídas no palco do teatro filarmônico em Mariupol, cidade devastada e ocupada pela Rússia.
O medo é que, enquanto a Ucrânia comemora a independência, os russos possam condenar vários prisioneiros como terroristas, o que a ONU já alertou que deve ser considerado um crime de guerra. “Nosso inimigo é insidioso”, disse um comunicado da Polícia Nacional Ucraniana. “Pode desferir golpes dolorosos precisamente no feriado nacional mais importante – o Dia da Independência da Ucrânia.”
