Caso Gabriel: colegas de jovem morto retornam às salas de aula nesta terça, em Guaíba

Atividades estavam suspensas desde que o corpo da vítima foi encontrado

Um dos cartazes feitos por alunos da escola Cônego Scherer. Foto: Alina Souza/Arquivo/Correio do Povo

Os alunos matriculados na turma 205 do Colégio Estadual Cônego Scherer, em Guaíba, na Região Metropolitana, voltam nesta terça-feira (23) às salas de aula. As atividades estavam suspensas desde a última sexta, quando o corpo de Gabriel Marques Cavalheiro, que pertencia ao grupo, foi encontrado sem vida em São Gabriel.

O jovem, que tinha apenas 18 anos, estava no interior para cumprir o serviço militar. Ele ficou seis dias desaparecido após uma abordagem da Brigada Militar. Os três policiais envolvidos no caso estão presos preventivamente, e são investigados tanto na instância militar quanto na civil. O caso gerou revolta na comunidade escolar.

No último domingo, enquanto Gabriel era sepultado, faixas e cartazes de protesto ainda estavam no muro de acesso à instituição de ensino, localizada na rua Sergipe. Entre as mensagens, “queremos justiça por Gabriel”, “agressão não é a solução” e “tem tanta coisa errada que nem cabe em cartaz”.

Investigação

A continuidade da apuração dos fatos que antecederam a morte do jovem dependem dos laudos periciais, que vão determinar se ele morreu por afogamento ou antes mesmo de chegar ao açude onde foi encontrado. Não há previsão de quando os trabalhos, que começaram no sábado, serão concluídos pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP).

“Contatei a família do Gabriel, conversei conversar com o pai e a irmã dele. Lamentamos muito este episódio. Demos a eles a nossa solidariedade irrestrita. Coloquei a nossa secretária da saúde, Arita Bergmann, como ponto focal para que consigamos dar todo o apoio psicológico possível”, afirma o governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB).

Em entrevista coletiva realizada em São Gabriel, os delegados responsáveis pelo caso na instância civil reiteraram que a principal linha de investigação aponta para um homicídio doloso – ou seja, com a intenção de matar. A Polícia Civil solicitou uma reconstituição do caso à Justiça. O pedido ainda não foi analisado.

Ainda na segunda, o governador cobrou a celeridade da apuração dos fatos em reunião da alta cúpula da segurança gaúcha. Estiveram presentes o secretário de Segurança Pública, Coronel Vanius Santarosa; o comandante da BM, coronel Cláudio dos Santos Feoli; o chefe da Polícia Civil, delegado Fábio Motta Lopes; e a diretora-geral do IGP, Heloisa Kuser.

“Solicitei o máximo empenho, no sentido da elucidação completa e integral de todos os fatos que levaram à morte do Gabriel. Saí da reunião com a expectativa de que estamos fazendo, desde o primeiro momento, o máximo para chegarmos à conclusão das investigações no mais curto período possível”, ressalta Ranolfo.