Os países europeus podem aumentar os estoques limitados da vacina contra a varíola do macaco (monkeypox) administrando doses menores da vacina, disse a Agência Europeia de Medicamentos, nesta sexta-feira.
O conselho da agência está alinhado com a chamada abordagem de dosagem fracionada endossada pelos reguladores dos EUA, na qual um frasco da vacina pode ser usado para administrar até cinco doses separadas — em vez de uma dose única —, injetando-se uma quantidade menor entre as camadas da pele (injeção intradérmica).
A vacina — chamada Jynneos, Imvanex e Imvamune, dependendo do país — havia sido projetada para ser injetada em uma camada de gordura sob a pele, conhecida como injeção subcutânea.
Como medida temporária, as autoridades nacionais podem decidir usar a vacina como uma injeção intradérmica em uma dose mais baixa para proteger indivíduos em risco durante o atual surto de varíola, enquanto o fornecimento da vacina permanece limitado, disse a EMA.
A recomendação é baseada em um estudo que envolveu cerca de 500 adultos e comparou o desempenho da vacina administrada por via intradérmica ou subcutânea, com duas doses administradas com cerca de um mês de intervalo.
Aqueles que foram imunizados com a injeção intradérmica (fracionada) receberam um quinto da dose subcutânea, mas produziram níveis semelhantes de anticorpos que aqueles que receberam a dose subcutânea original, disse a EMA.
No entanto, a agência afirmou que havia um risco maior de reações locais, como vermelhidão e espessamento ou descoloração da pele após a dose intradérmica.
Mais de 40 mil casos confirmados de varíola do macaco — incluindo algumas mortes — em mais de 80 países onde o vírus não é endêmico foram relatados desde o início de maio.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto uma emergência de saúde global. A vacina, fabricada pela Bavarian Nordic, está em falta.
Vários países vêm ampliando as doses disponíveis, com resultados desconhecidos, para aproveitar ao máximo os suprimentos existentes.
Grã-Bretanha, Canadá e Alemanha passaram a administrar uma dose por pessoa em vez de duas, o que lhes permite inocular mais pacientes, mesmo que cada um receba proteção menor ou menos durável.