Começa nesta sexta-feira, às 9h30min, no salão do Tribunal do Júri do Foro Central de Porto Alegre, o julgamento de quatro dos cinco acusados pela morte do empresário Marcelo Oliveira Dias, de 44 anos, em 20 de outubro de 2016. O assassinato ocorreu no estacionamento de um supermercado do bairro Cavalhada, na zona sul da capital. Os criminosos confundiram Marcelo com um traficante. A filha dele, na época com quatro anos de idade, sofreu um disparo no rosto mas sobreviveu.
Os réus Bruno Fernando Sanhudo Teixeira, Carlos Henrique dos Santos Duarte, Geovani Bueno Antunes e Rafael Pabosso de Albuquerque foram denunciados por homicídio e tentativa de homicídio. Todos também respondem pelos crimes de organização criminosa, receptação e adulteração de veículo automotor, por usarem um carro roubado com placa adulterada e, também, corrupção de menores, pela presença de uma adolescente no bando.
Apontados pela Polícia Civil como mandantes do crime, Bruno e Giovane deram a suposta ordem de execução de dentro da Cadeia Pública de Porto Alegre, o antigo Presídio Central. A dupla é suspeita de liderar uma facção criminosa, com sede no bairro Bom Jesus. No crime, a meta era executar um rival para assumir o domínio do tráfico na região do Beco do Adelar, entre os bairros Aberta dos Morros e Serraria, zona Sul de Porto Alegre.
Orientada a monitorar a entrada de um Peugeot branco no estacionamento, a adolescente de 16 anos avistou o empresário e comunicou a dupla. Conforme o processo, Carlos atirou cerca de cinco vezes contra o carro do empresário. Rafael disparou outras nove vezes. O motorista do veículo morreu, no mesmo dia, em confronto com a polícia.
Marcelo era dono de uma academia e, até então, não envolvimento com a criminalidade. Ferida, a filha dele, de quatro anos, se abraçou ao pai enquanto ele agonizava.
O promotor de justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, que vai atuar na acusação, explicou que um quinto acusado, Fabio Fogassa, vai ser julgado separadamente em razão de cisão no processo determinada pela Justiça.
“Este é um crime hediondo, que chocou a todos pela gravidade e deixou uma família destruída”, enfatizou o promotor.