Preso em Ijuí ginecologista denunciado por abuso sexual de 34 pacientes

MP acusa familiar do médico de coagir vítimas a assinarem termos de declaração

Olinto Paz da Costa, acusado de violação sexual. Foto: Reprodução

Considerado foragido desde sexta-feira, o ginecologista de 69 anos denunciado por abusar sexualmente de 34 pacientes, entre 2011 e 2022, dentro do consultório onde atendia, em Ijuí, se apresentou na Penitenciária Modulada do município, acompanhado de advogados, nessa manhã.

Olinto Paz da Costa havia sido denunciado em maio pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), inicialmente por crimes contra 12 vítimas entre 2011 e o ano passado. A promotora Diolinda Kurrle Hannusch solicitou a prisão preventiva do médico e a suspensão do direito de exercer a profissão. Os pedidos foram aceitos pelo juiz Eduardo Giovelli, da 2ª Vara Criminal de Ijuí. Desde que a denúncia veio à tona, mais 22 mulheres procuraram a Polícia relatando terem sido vítimas do mesmo profissional.

As pacientes dizem que, para justificar a prática de abuso, o médico dizia ser especialista em sexologia e se dispunha a ensinar as mulheres a ter relações sexuais mais prazerosas, mesmo quando elas não haviam relatado dificuldades.

Parte das vítimas relatou ainda que o ginecologista se valia da oportunidade de realizar exames de rotina e preventivos de colo de útero para cometer os crimes induzindo as pacientes a acreditar que eram submetidas a um procedimento ginecológico padrão. Em um deles, o homem chegou a alertar a vítima que havia possibilidade de sangramento.

Na peça em que pediu a prisão preventiva, o MP também acusa um familiar do denunciado de coagir as vítimas a assinarem termos de declaração afirmando que nunca foram abusadas pelo médico.

Em nota, a defesa do ginecologista afirmou ter sido ‘tomada de surpresa’ com o decreto da prisão. O comunicado ainda alega que a medida era ‘desnecessária’, que o cliente havia viajado e que pretendia se apresentar espontaneamente às autoridades. No primeiro processo, Costa já se tornou réu. A segunda leva de denúncias vai embasar uma representação criminal em separado.