Emprego no comércio tem queda recorde de 6,9% no estado com a pandemia

O comércio no Rio Grande do Sul registrou perda de 6,9% no número postos de trabalho (ou menos 49,3 mil pessoas ocupadas) e de 7,9% no número de lojas (ou menos 10,9 mil unidades) entre os anos e 2019 e 2020. No país também houve queda na ocupação chegou a 4%. Com a queda de 7,9% em um ano, havia no Rio Grande do Sul em 2020 um total de 126,3 mil lojas, o menor número desde o início da série histórica da pesquisa, em 2007.

Os dados fazem parte da Pesquisa Anual de Comércio (PAC) e mostram que também houve queda recorde do número de trabalhadores em dois dos três grandes segmentos do comércio: -7,1% no setor varejista, que emprega 73,1% dos trabalhadores do comércio, e -14,8% no segmento de veículos, peças e motocicletas. No atacado, a retração foi de 2,2%.

Número de unidades

Assim como na ocupação, a retração no total de empresas atuantes no estado foi recorde tanto em termos percentuais quanto em números absolutos. A queda foi mais expressiva no varejo (-9,4%), que foi seguido pelos demais segmentos: enquanto o comércio de veículos, peças e motocicletas caiu 5,7%, no atacado a redução foi de 3,1%.

Já com relação ao número de empregados, das 667,7 mil pessoas que operam no comércio no Rio Grande do Sul em 2020, 73,1% atuavam no comércio varejista, 19,1% no atacado e 7,8% no comércio de veículos, peças e motocicletas. Entre 2011 e 2020, embora o varejo permaneça como o maior empregador do comércio, sua participação no pessoal ocupado total caiu 0,6 ponto percentual. O único dos três segmentos a avançar nesse período foi o atacado, que avançou 2,0 pontos percentuais. No comércio de veículos, partes e motocicletas a perda foi de 1,4 ponto percentual em dez anos.

No varejo, destaca-se o avanço de hipermercados e supermercados, que ocupava em 2020 a segunda maior proporção (16,0%) de trabalhadores do setor varejista e teve o maior ganho de participação (4,3 pontos percentuais) no período. Já o recuo mais intenso foi do comércio de outros produtos em lojas especializadas (-3,9 pontos percentuais) que, em 2020, ocupava 28,1% dos trabalhadores do setor, a maior proporção entre grupos de atividade no estado.

O setor de hipermercados e supermercados tinha a média mais elevada, 50 pessoas por unidade local em 2020. A seguir, vinham o comércio por atacado não especializado e o comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes, ambos com 12 pessoas em média. Os menores portes médios eram das atividades de representantes e agentes do comércio (2 pessoas), de comércio de artigos usados (2 pessoas) e de comércio de tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados (3 pessoas).

Rendimento médio 

Em 2020, o setor comercial pagou R$ 16,6 bilhões em salários, retiradas e remunerações, em média 1,8 salário mínimo mensal, com pequena variação negativa em relação a 2011 (1,9 salário mínimo). O comércio por atacado pagava o maior salário médio (2,4 salários mínimos), seguido pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (2,2 salários mínimos); no comércio varejista o salário médio era de 1,6 salário mínimo. O comércio por atacado foi o único dos grandes segmentos do comércio com variação no salário médio entre 2011 e 2020: -0,1 salário mínimo.

No comércio atacadista, os segmentos com os maiores salários médios – comércio de combustíveis e lubrificantes (4,1 salários mínimos) e comércio de equipamentos e produtos de tecnologia de informação e comunicação (4,0 salários mínimos) – tiveram as quedas mais intensas entre 2011 e 2020: 0,7 salários mínimos e 1,1 salários mínimos a menos, respectivamente. Também teve queda de 1,1 s.m. o grupo dos representantes e agentes de comércio, que recebeu em 2020 um dos salários mais baixos (1,0 salários mínimos). Por outro lado, o comércio de produtos variados teve o maior aumento: 0,4 s.m. no mesmo período.

O comércio varejista e seus grupamentos tinham os menores salários médios. O comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo pagou 1,0 salário mínimo. e o comércio de artigos usados pagou 1,2 salário mínimo, em média. Já o comércio de combustíveis e lubrificantes pagou 2,0 salários mínimos, a maior média do varejo gaúcho, seguido do comércio de outros produtos em lojas especializadas (1,8 salário mínimo).