Comércio brasileiro perde mais de 400 mil trabalhadores em 2020, revela IBGE

Foto: Agência Brasil/R7

O comércio brasileiro perdeu 404,1 mil trabalhadores em 2020, em comparação a 2019, das quais 90,4% eram referentes ao comércio varejista (-365,4 mil pessoas), queda de 4,8%. Houve perda também no pessoal ocupado na atividade de comércio de veículos, peças e motocicletas (-76,6 mil), retração de 8,5%. Os dados fazem parte da Pesquisa Anual do Comércio (PAC), divulgada hoje, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que confirmam os efeitos negativos das medidas de isolamento social impostas pela pandemia de covid-19.

 O comércio por atacado foi o único a ampliar o número de funcionários, contratando 37,9 mil pessoas (+2,2%). Em 2020, primeiro ano da pandemia, 73,7% da mão de obra do setor comercial estavam empregadas no comércio varejista (7,2 milhões de pessoas); 17,8% no comércio por atacado (1,7 milhão); e 8,5% no comércio de veículos, peças e motocicletas (829,4 mil).

EMPREGO

As empresas comerciais empregavam, em 2020, 9.788.081 trabalhadores, representando evolução de 195,5 mil pessoas ocupadas no comércio em dez anos, com destaque para o comércio varejista (+169,6 mil pessoas) e para o comércio por atacado (+104,9 mil pessoas). A pesquisa aponta que o comércio de veículos, peças e motocicletas reduziu o pessoal ocupado em 79 mil pessoas, entre 2011 e 2020.

Das nove atividades que compreendem o segmento de comércio varejista, apenas o de hipermercados e supermercados (+1,8 mil pessoas) contrataram mão de obra, em 2020. Já comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos contratou +318 pessoas, enquanto o comércio varejista de tecidos, vestuário, calçados e armarinho, a perda de postos de trabalho foi de 176,6 mil, o que representou redução de 15,3% do volume de pessoas ocupadas em relação a 2019.

De acordo com os dados do IBGE, a distribuição de pessoas ocupadas entre as atividades comerciais apresentou relativa estabilidade na comparação com 2011. O destaque fica por conta do comércio de veículos, peças e motocicletas, com redução de 1 ponto percentual, patamar mais baixo em dez anos (de 9,5% para 8,5%).

Dentro desse segmento, o principal componente, em termos de variação positiva, foi o comércio de peças para veículos que, em 2020, representou 63,2% das pessoas ocupadas, com ampliação da participação em 6,8 pontos percentuais. Por outro lado, tanto o comércio de veículos automotores, que representou 27,5% desse segmento, como o comércio de motocicletas, peças e acessórios (participação de 9,3%) tiveram quedas, em dez anos, de 5,7 pontos percentuais e 1,1 ponto percentual, respectivamente.

Apenas duas contrataram mão de obra, em 2020, das nove atividades que compreendem o segmento de comércio varejista no Brasil. O segmento de hipermercados e supermercados somou +1,8 mil pessoas entre seus trabalhadores, enquanto o comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos teve +318 pessoas. Já no comércio varejista de tecidos, vestuário, calçados e armarinho, a perda de postos de trabalho foi de 176,6 mil, o que representou redução de 15,3% no volume de pessoas ocupadas em relação a 2019.

SALÁRIOS

Em relação à remuneração, a maior parte dos segmentos do comércio por atacado pagou, em 2020, salários médios superiores à média de empresas comerciais de 1,8 salário mínimo. No item, o destaque fica por conta do comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes (5,1 salários mínimos); o comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive tecnologia da informação (TI) e comunicação (4,1 salários mínimos); e o comércio por atacado de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos (3,6 salários mínimos).

As remunerações mais baixas foram encontradas nos representantes e agentes do comércio (1,1 salário mínimo); comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,3 salário mínimo); e comércio varejista de tecidos, vestuário, calçados e armarinho (1,3 salário mínimo).

A Região Sul envolveu 20,2% da remuneração paga no comércio em 2020, sendo superada pelo Sudeste com 55,6%, e acima do desempenho do Nordeste (12,7%), Centro-Oeste (8,4%) e Norte (3,1%). Em média, os maiores salários do setor são pags no Sudeste (2 salários mínimos) e no Sul (1,8 salário mínimo). Em 2020, em média, cada empresa comercial pagou 1,8 salário mínimo por mês.