Depois de novas denúncias, um ginecologista acusado de abusar de 34 pacientes teve a prisão preventiva decretada pela Justiça em Ijuí, no Noroeste gaúcho. Réu por violação sexual mediante fraude praticada no exercício da profissão de médico, por crimes que supostamente cometidos entre 2011 e 2021, ele agora é alvo de denúncias referentes a outros abusos cometidos, segundo as vítimas, neste ano. Por conta disso, o médico vai responder por dois processos criminais em separado.
No primeiro, referente a crimes praticados por cerca de uma década, 12 mulheres se declararam vítimas do profissional. Conforme a denúncia do Ministério Público, aceita em maio pela 2ª Vara Criminal do Foro de Ijuí, o réu abusou sexualmente das pacientes durante procedimentos ginecológicos, alegando ser especialista em sexologia, e durante os atos, fazia uso de termos técnicos para enganar as vítimas.
Na acusação mais recente, outras 22 mulheres dizem ter sido vítimas do ginecologista. Essa nova leva de denúncias serviu de base para o juiz Eduardo Giovelli pedir a prisão preventiva do médico. De acordo com a denúncia do MP, um familiar do acusado passou a procurar as pacientes, coagindo as mulheres a assinarem termos de declaração afirmando que nunca foram abusadas pelo médico.
“Fica evidente que o representado pode vir a constranger/intimidar possíveis testemunhas do processo ou impedir/turbar a colheita da prova, comprometendo a instrução criminal, o que reflete a necessidade da segregação neste momento”, alegou o magistrado na decisão.