Moradores do bairro Ponta Grossa protestam por melhores condições em Porto Alegre

Buracos, poeira, alagamentos e esgoto a céu aberto estão entre os problemas reclamados

Automóveis e vans escolares participaram da manifestação | Foto: Guilherme Almeida

Sensação de esquecimento. Com esta marca de não perceber o respaldo do poder público há décadas, moradores do bairro Ponta Grossa, na zona Sul de Porto Alegre, se reuniram em um protesto no fim da tarde deste sábado. Por conta de problemas estruturais crônicos da região, vizinhos de preocupações semelhantes se encontraram na rotatória da avenida Juca Batista com a Eduardo Prado, bairro Ipanema, local com mais visibilidade onde iniciou a manifestação.

Uma carreata formada por automóveis e vans escolares ocupou uma das pistas da Juca Batista, que partiu em direção à rotatória que liga a via à entrada da região do Campo Novo. Faixas e cartazes tomaram conta do protesto, como “Cansados de comer poeira”, “Prefeito, precisamos do senhor, nos ajude” e “Patrolar ruas é como enxugar gelo, mas é o que precisamos”.

Dos 25 anos de idade, a motorista Gabriela Rihl mora há 17 na região e sofre com os inúmeros buracos e o esgoto a céu aberto que incomoda os moradores. “As crianças precisam levantar as barras da calça para poderem caminhar. Muitas delas deixam de ir à escola porque não têm como sair de casa”, lembra.

Aos 56 anos, Marta da Rosa, moradora da Rua 3, conta que a Ponta Grossa já conquistou obras viárias do Orçamento Participativo, mas não aconteceram. “Essa situação já se desenrola há muitos anos, desde outras gestões na prefeitura. Tem gente que já caiu em um dos muitos buracos das ruas e quebrou a perna. É um bairro abandonado, infelizmente”, relata.

Além de gritos que pediam socorro, era possível ouvir buzinaços panelaços durante o percurso. Em alguns momentos os cartazes eram expostos nas calçadas e durante o sinal vermelho. O ato, pacífico, foi acompanhado por servidores da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e pela Brigada Militar.

O outro lado 

Segundo a prefeitura, o que falta para a região é uma obra geral de infraestrutura para desenvolver um sistema de drenagem na região, que é uma área que depende do nível do Guaíba para o escoamento adequado. É previsto pelo Dmae, até o final do mês de agosto, a conclusão de um laudo de cobertura vegetal para obter licenças ambientais necessárias com o objetivo de trabalhar em um sistema de dragagem no bairro, já projetado pelo órgão.