Mesmo que a inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tenha registrado uma queda de 0,68% em julho, os brasileiros que mantêm algum dinheiro depositado na caderneta de poupança não têm motivos para comemorar.
Levantamento da plataforma de dados financeiros TC/Economatica indica que, nos últimos 12 meses encerrados em julho, a rentabilidade real da poupança, que descarta a variação da inflação, ficou negativa em 3,52%.
Os dados do levantamento mostram que a última vez em que a poupança apresentou uma rentabilidade positiva no acumulado de 12 meses foi em agosto de 2020, há quase dois anos, quando o rendimento real ficou em 0,45% no intervalo de um ano.
Ainda de acordo com os dados da TC/Economatica, quem aportou R$ 1.000 na poupança há 12 meses, teria R$ 1.061,97 no final de julho. No entanto, descontada pela inflação de 10,07% no período, o retorno final correspondente seria de R$ 964,82.
No começo de agosto o Banco Central divulgou que os saques da caderneta de poupança somaram R$ 12,6 bilhões em julho, a maior saída de recursos para o mês da série histórica da autoridade monetária iniciada em 1995.
A retirada no mês passado é mais de cinco vezes maior do que o recorde negativo anterior para o período, de 2015 (-R$ 2,4 bilhões). Em junho de 2022, os saques foram de R$ 3,7 bilhões e, comparado com julho de 2021, o saldo foi positivo em R$ 6,3 bilhões.