Comércio espera que benefícios sociais ajudem a elevar vendas para o Dia dos Pais

O comércio brasileiro está apostando nos últimos dias que antecedem o Dia dos Pais para alavancar vendas. Com os pagamentos dos Auxílio Brasil, Auxílio Bem-caminhoneiro e Auxílio Taxista a expectativa é elevar as vendas para a data. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam que o Dia dos Pais deve movimentar R$ 7,28 bilhões em vendas no varejo, crescimento de 5,3% em relação a 2021. Se confirmados, vão superar as vendas de Dia das Mães (3,9%) e da Páscoa (2,2%).

No comércio da capital, de acordo com levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Sindilojas Porto Alegre, a data deverá movimentar R$ 163 milhões, principalmente com a compra de presentes tradicionais, como roupas (38,9%), perfumes (16,6%) e calçados (10,9%), mas também por meio de programações, como almoço e jantar (4,6%). O ticket médio deverá ficar em torno dos R$ 215 e, considerando todas as compras com a data, o gasto médio deverá ser próximo aos R$ 250 por consumidor.

PAGAMENTOS DE BENEFÍCIOS

Segundo o Ministério da Cidadania, 20,2 milhões de famílias devem receber o Auxílio Brasil, com a inclusão de 2,2 milhões de famílias na passagem de julho para agosto. Somente em agosto, os desembolsos devem somar R$ R$ 12,1 bilhões, conforme a pasta. Nesta terça-feira, o governo iniciou o pagamento dos benefícios, além de um auxílio de R$ 1 mil para caminhoneiros e taxistas.

Mas, na visão do diretor do FGV Social e fundador do Centro de Políticas Sociais (FGV Social/CPS), Marcelo Neri, essas medidas devem reduzir a pobreza apenas até o fim do ano, quando a maior parte das ações realizadas a partir da “PEC das bondades” diminui ou acaba.

“Esse pacote tem boas e más notícias. As boas vêm na frente. As más vêm depois. Quando o auxílio entra, a pobreza cai. Mas, quando ele sai, gera um aumento de pobreza maior que a redução inicial. Vimos isso em março de 2021, quando a pobreza subiu para 71,9 milhões de pessoas depois de ter caído para 42 com o auxílio emergencial”, diz Neri, que foi ministro chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) durante o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.