Analistas apontam tendência de deflação em agosto e setembro

inflação
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A maior deflação desde 1980 não deve encerrar o ciclo de queda dos preços na economia nacional e deve ser repetida, em menor magnitude, nos dados do mês de agosto, ainda com reflexo do corte de impostos sobre os combustíveis e a energia elétrica. Para os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve cair 0,15% ao final deste mês. Para setembro, as expectativas são de uma aceleração do índice oficial de preços, com uma alta prevista de 0,5%.

“Para os próximos meses, deve haver só mais um mês com deflação. A tendência futura para o IPCA ainda é de pressão e de variações altas e, consequentemente, acima da meta do Banco Central”, avalia Tatiana Nogueira, economista da XP Investimentos.

Rodrigo Sodré, economista e sócio da BRA, também não vê a deflação de julho como uma tendência para os próximos meses. “Pode ocorrer uma nova deflação, mas muito menor do que a registrada em julho, com a manutenção dos preços em um nível mais estável”, afirma ele ao analisar que o governo não pode abrir mão de arrecadações com novas isenções.

O movimento de deflação surge em linha com a redução das alíquotas do ICMS sobre gasolina e energia elétrica e o corte do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim deste ano. Na avaliação dos especialistas, o alívio no bolso deve ser momentâneo e persistir apenas até o fim de 2022.

(*) com R7