Falso delivery, que entregava drogas ao invés de lanches, faturava R$ 16 mil por mês em Porto Alegre

Segundo o Denarc, os traficantes atendiam a classe média alta na Zona Norte da Capital e são ligados a uma facção criminosa

Depósito do grupo ficava no bairro Jardim Algarve, em Alvorada | Foto: PC / Divulgação / CP

O faturamento do falso delivery, que entregava drogas ao invés de lanches para a classe média alta da Zona Norte de Porto Alegre, girava em torno de R$ 16 mil aos traficantes. A movimentação financeira foi calculada na manhã desta segunda-feira pelo delegado Gabriel Borges, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil. Por semana, o lucro ficava por volta de R$ 4 mil.

“Eles são envolvidos com uma facção criminosa que atua naquela região”, observou. “A peculiaridade é que o atendimento deles era geralmente para quem possui poder aquisitivo maior, em bairros de classe média alta na Zona Norte de Porto Alegre”, enfatizou o delegado Gabriel Borges.

A operação Empáfia contra o esquema de tele-entrega vip foi deflagrada no final da noite de sábado passado no bairro Jardim Algarve, em Alvorada. Os agentes apreenderam cerca de cinco quilos de maconha e 160 gramas já divididas em 146 porções, além de 12 cartões de crédito e bancário, sete balanças de precisão, duas maquininha de cartão, uma farda militar, um telefone celular e 290 embalagens personalizadas e materiais para acondicionar e distribuir as drogas.

Um suspeito foi preso no local. “A investigação prossegue porque conseguimos identificar mais duas pessoas envolvidas, inclusive uma acima dele na escala hierárquica do grupo”, adiantou o delegado Gabriel Borges.

Iniciadas há 15 dias, as investigações apuraram que os traficantes forneciam um kit personalizado do “Delivery Bom Apetite” com brindes, como isqueiros e sedas saborizadas para o consumo dos entorpecentes, aos clientes assíduos e fixos. As drogas entregues passavam por um controle de qualidade.