O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,38% em julho, primeira deflação desde novembro de 2021. Com o resultado, o acumulado de 12 meses atingiu um dígito pela primeira vez em mais de um ano, refletindo baixas expressivas nos custos de commodities e produtos energéticos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 5, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em julho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, teve queda de 0,32%, contra alta de 0,44% no mês anterior. “As quedas verificadas nos preços de grandes commodities – minério de ferro (de -1,63% para -12,94%), soja (de -0,81% para -2,27%) e milho (de -3,30% para -4,98%) – explicam a desaceleração da inflação ao produtor”, explicou em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.
A pressão para o consumidor também diminuiu em julho, uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – que responde por 30% do IGP-DI – cedeu 1,19% no período, depois de avançar 0,67% em junho. “No âmbito do consumidor, prevalecem as contribuições dos energéticos, principalmente gasolina (de 0,18% para -14,24%) e energia elétrica (de -0,41% para -5,13%)”, disse Braz.
Os preços de combustíveis e energia elétrica têm mostrado quedas expressivas sob vários indicadores de inflação desde que o governo sancionou, em junho, a lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre esses e outros setores da economia.
O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) desacelerou a 0,86% em julho, de 2,14% antes. O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.