Crédito imobiliário cai 6% com menos recursos vindos da poupança

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As operações de crédito imobiliário com recursos da poupança e do FGTS somaram R$ 112,8 bilhões no primeiro semestre de 2022, uma queda de 6% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado é justificado pela redução da injeção dos recursos via poupança, que reduziram 12% no mesmo período.

Considerando apenas os financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, foram alcançados R$ 85,7 bilhões no semestre, justamente a redução de 12% em relação ao mesmo período de 2021. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em junho os financiamentos somaram R$ 16 bilhões, menos 18,6% no período de um ano e – 6% em relação a maio deste ano.

Os saques da caderneta de poupança somaram R$ 12,6 bilhões em julho, conforme dados divulgados pelo Banco Central. A retirada no mês passado é mais de cinco vezes maior do que o recorde negativo anterior para o período, de 2015 (-R$ 2,4 bilhões). Em junho de 2022, os saques foram de R$ 3,7 bilhões e, comparado com julho de 2021, o saldo foi positivo em R$ 6,3 bilhões.

No acumulado do ano até julho, a poupança também tem retirada de recursos, de R$ 63,1 bilhões, volume que supera o ano todo de 2015, o mais negativo da série histórica (-R$ 53,5 bilhões). Em 2022, somente o mês de maio registrou depósitos líquidos, de R$ 3,5 bilhões.

No mês passado foram colocados R$ 290,4 bilhões e retirados mais de R$ 303,0 bilhões na poupança. Considerando o rendimento de R$ 6,2 bilhões, o saldo total da caderneta somou mais de R$ 1 trilhão no fim do sétimo mês.

FGTS

Já os financiamentos pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) atingiram R$ 27,1 bilhões, alta de 17% na mesma base de comparação. O volume de crédito nesses seis primeiros meses foi maior do que o concedido no ano inteiro de 2019, e pouco abaixo do somatório dos anos de 2016 e 2017.

Para 2022, o volume total dos empréstimos, se confirmadas as projeções, englobando SBPE e FGTS, é estimado em cerca de R$ 244 bilhões, sendo R$ 180 bilhões projetados pela Abecip para o SBPE e R$ 64 bilhões no FGTS, conforme orçamento do fundo, uma redução de 4% em relação a 2021.