Morto na tarde de quinta-feira, após ser alvejado por tiros de fuzil em Campo Grande, zona Oeste do Rio, o ex-vereador e fundador da maior milícia em atuação do estado fluminense, Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, foi o 56º político baleado na região Metropolitana do Rio de Janeiro nos último seis anos. O número é resultado de levantamento feito pelo Instituto Fogo Cruzado, que monitora tiroteios em centros urbanos do país.
Para compilar os dados, a plataforma reúne diversos indicadores sobre violência armada, inclusive a ocorrência de mortos e feridos. De acordo com os dados referentes ao Rio, dos 56 políticos baleados, 47 morreram e nove ficaram feridos. Somente em 2022 já são três ocorrências, sem sobreviventes.
Ao lado de um irmão, Jerominho foi um dos fundadores da ‘Liga da Justiça’, maior e mais antiga milícia em atividade no Rio. Ainda não há informações oficiais sobre responsáveis pelo crime que ceifou a vida do ex-parlamentar.
Alvo de emboscada
O ex-vereador e pré-candidato a deputado federal pelo Patriota foi morto a tiros de fuzil, na tarde de ontem, após sair, acompanhado pelo cunhado, de um centro social que mantinha em Campo Grande, quando foi alvejado por três homens que passaram em um Cobalt.
Atingido na perna e no abdômen, o parlamentar foi socorrido e levado ao Hospital Oeste Dor, mas não resistiu. Também baleado, o cunhado dele foi internado no mesmo local, com quadro estável de saúde.
Quem foi Jerominho
Ex-policial civil, Jerônimo Guimarães Filho foi vereador do Rio de Janeiro, pelo atual MDB, por dois mandatos, entre 2000 e 2008. Preso antes de terminar o último ano na Câmara do Rio, por acusação de chefiar a milícia ‘Liga da Justiça’, ele foi indiciado no ano seguinte, pela CPI das Milícias, apontado como líder da organização criminosa, e passou 11 anos recluso no sistema penitenciário federal.
Após ser absolvido da acusação de tentativa de homicídio de um motorista de van, Jerominho foi solto em 2018. Dois dias antes de ser preso novamente, no dia 27 de janeiro deste ano, acusado de extorsão, Jerominho havia anunciado na redes sociais que pretendia concorrer, pelo Patriota, ao cargo de deputado federal.
Após o Ministério Público do Rio de Janeiro avisar à Justiça que o ex-vereador já havia cumprido a pena pelo crime de extorsão, ele foi, então, posto em liberdade, em 1º de fevereiro.