A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada no final da tarde de quarta-feira, 3, de elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 13,75% ao ano, parece não indicar o fim da política de elevação da Selic até o final do ano. A amarga dose do aperto monetário pode não ser tão drástica. O Copom volta a se reunir nos dias 20 e 21 de setembro.
Segundo o Copom, o conjunto de indicadores divulgados desde a última reunião “seguiu indicando crescimento ao longo do segundo trimestre, com uma retomada no mercado de trabalho mais forte do que era esperada pelo Comitê”. Em relação à inflação ao consumidor, o comitê continuou avaliando que segue elevada. “As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, repetiu.
“O Comitê pondera que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário”, ressaltou o comunicado do Copom desta quarta.
O BC ponderou que o aumento do risco de desaceleração da economia global também acentua a possibilidade de baixa na inflação para o próximo ano. “O Comitê avalia que a conjuntura ainda particularmente incerta e volátil requer serenidade na avaliação dos riscos”, completou o documento.
No documento, o Copom argumentou ainda que as projeções de inflação para 2022 e 2023 estavam contaminadas pelos impactos das alterações tributárias sobre combustíveis e energia elétrica aprovadas no mês passado. A próxima alta, no entanto, deve ser menor do que os atuais ajustes de 0,5 ponto percentual.