Autoridades norte-americanas reagiram após o Ministério da Defesa de Taiwan informar, nesta quinta-feira, que o exército chinês lançou 11 mísseis balísticos ao redor da ilha. Os exercícios militares são os maiores já realizados pela China no Estreito de Taiwan e ocorrem após a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, ao território insular, na última terça-feira.
De acordo com informações da televisão estatal chinesa, as atividades promovidas pelo ‘Exército de Libertação Popular da China’ incluem disparos com munição real nas águas, e no espaço aéreo, em seis áreas ao redor de Taiwan. Ainda segundo a reportagem, as ações militares devem durar, no mínimo, até este domingo.
Em resposta, John Kirby , porta-voz da Casa Branca, declarou que a China utilizou a visita da congressista como pretexto para aumentar atividades militares na região. O representante de Washington também afirmou que o país asiático ‘optou por reagir exageradamente’ à passagem de Pelosi na ilha, que nunca teve a soberania reconhecida pela China.
Em relação à agenda da parlamentar – autoridade norte-americana de maior escalão a pousar em Taiwan desde 1997 -, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China classificou a visita como ‘violação severa do princípio de Uma Só China’. Na última quarta-feira, após a convocação do embaixador norte-americano em Pequim, o vice-ministro de Relações Exteriores chinês, Xie Feng, declarou que os EUA ‘pagarão o preço de seus próprios erros’.
Conflito entre China e Taiwan
A Revolução Comunista, em 1949, que levou Mao Tsé-Tung ao comando da China, causou a fuga de dissidentes que se refugiaram na região de ilha Formosa. Liderados pelo general Chiang Kai-shek, os refugiados escolheram a cidade de Taipei, como centro político e administrativo da península que, mais tarde, se converteu em uma democracia semipresidencialista que vigora até hoje.
O estado insular, que contabiliza 24 milhões de habitantes, nunca teve a soberania reconhecida pela China. Mesmo sem o controle territorial da ilha, o país considera que Taiwan é uma das províncias históricas chinesas e reivindica a posse sobre a área.