O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quinta-feira, que vem sendo ameaçado de prisão caso deixe o governo. A declaração ocorreu durante um evento evangélico em São Paulo.
“O pessoal sabe, quando anda comigo, quantas vezes eu falo para vocês: é muito mais fácil estar do outro lado, mas muito mais fácil, e não estar sendo ameaçado de cadeia quando deixar o governo”, disse Bolsonaro, que em outubro tenta a reeleição.
“E qual é a acusação e qual é o crime? O mesmo que foi acusado de cometer uma senhora de nome Jeanine Añez, ex-presidente da Bolívia. Está presa, condenada a 10 anos. Qual é a acusação? Atos antidemocráticos. Alguém lembrou algum inquérito no Brasil com esse nome?”, completou.
Bolsonaro sugeriu ainda ter descontentado ministros ao indicar os desembargadores Messod Azulay e Paulo Sérgio Domingues ao Superior Tribunal de Justiça. Eles ainda terão de passar por sabatina no Senado Federal e, em caso de aprovação, serão nomeados às funções. A disputa pelas vagas envolveu articulações nos bastidores, e as indicações representaram uma derrota para os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux.
Na Bolívia, a ex-presidente Jeanine Añez recebeu, em junho, pena de 10 anos de prisão sob a acusação de ter realizado um golpe contra o antecessor, Evo Morales, em 2019. O Tribunal de Primeira Instância de La Paz anunciou a decisão sobre a sentença após a condenação de Jeanine por descumprimento de deveres e resoluções contrárias à Constituição e às leis do país.