No evento que confirmou a chapa majoritária do PSB às eleições deste ano no Rio Grande do Sul, o candidato a governador Vicente Bogo confirmou que vai dar palanque à chapa de Lula (PT), que concorre tendo Geraldo Alckmin como candidato a vice na disputa pela presidência da República. “O PSB nacional é coligado com o PT. Vamos respeitar a decisão nacional, nosso material vai conter a referência a chapa nacional. Vamos oferecer palanque ao Lula e ao Alckmin. Se os dois vierem para o nosso palanque formalmente melhor, se vierem virtualmente, também nos serve”, afirmou Bogo.
O ex-vice-governador e deputado constituinte chamou de “escolha de Sofia” a decisão do eleitor, frente à polarização do cenário entre o candidato petista e o presidente Jair Bolsonaro. “Faltou uma terceira via viável, me parece. Talvez se materialize durante a campanha”, analisou. Bogo se coloca como uma “nova opção” no campo do centro à esquerda, fugindo dos extremos, e podendo ter eleitores inclusive na direita. Ele disse não ser “contra o PT nem contra os que estão com Bolsonaro”, não se considerando inimigo de Edegar Pretto (PT), Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB), por exemplo.
A candidatura da chapa socialista não deve contar recursos expressivos, mas a direção do partido nega que tenham havido cortes pelo fato de a sigla não apoiar o PT, contrariando o a esfera nacional. “Não tivemos discriminação, mas o PSB nacional estabeleceu seis prioridades no país e deixou o RS livre para tomar sua decisão. Acreditamos no nosso potencial e queremos mostrar que deveríamos estar entre as prioridades”, afirmou Mário Bruck, presidente estadual da sigla, que vai encontrar o presidente nacional, Carlos Siqueira, na semana que vem para tratar da estrutura da campanha.
“Teremos dificuldades financeiras. Mas temos um canal de TV na mão de todos nós (disse, levantando um telefone celular). Existem mecanismos tecnológicos que podem nos fazer chegar aos eleitores. Nossa mensagem vai chegar na casa de cada gaúcho e gaúcha”, garantiu Bruck.