Ofensiva de Renan contra Tebet cairá na Justiça, diz MDB

Cúpula conta com derrota de apoiadores do senador e aliados e mantém para esta quarta confirmação da candidata em convenção virtual

Senadora Simone Tebet: resiliência e aposta no apoio tucano. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Foi vista com ceticismo a iniciativa de políticos alagoanos próximos ao senador Renan Calheiros (MDB/AL) de tentar barrar a convenção virtual que confirmará a senadora Simone Tebet (MDB/MS) como candidata da legenda ao Planalto. “Quem marcou a data foi a Executiva Nacional, numa reunião formal em que todos foram chamados e a questão foi aprovada no voto”, lembra integrante da direção da legenda diante da pressão por adiamento. A convenção está prevista para esta quarta.

A falta de assinatura do próprio Renan Calheiros na ação protocolada no TSE para arguir o formato virtual da convenção, sob a alegação de quebra do sigilo do voto, foi vista como um indicativo de falta de convicção real nas chances de sucesso da iniciativa. “A Justiça vai deliberar contra”, sustenta essa fonte, ressaltando que em cinco reuniões da Executiva desde dezembro do ano passado nenhum dirigente se posicionou formalmente contra o lançamento da candidatura de Simone Tebet.

A manutenção da data da convenção é vista como ponto de honra por apoiadores de Tebet e está relacionada às chances de aliança formal com o PSDB e o Cidadania. O senador Tasso Jereissati (PSDB/CE) é cotado para vice na chapa.

O pano de fundo da questão envolve o interesse de Renan Calheiros em consolidar e ampliar o apoio do MDB a Lula, se possível ainda no primeiro turno. O senador alagoano é aliado do petista, que mantém expressiva liderança na região Nordeste. Calheiros tem defendido prioridade para a formação de uma bancada federal forte, e não de uma candidatura presidencial pouco competitiva.

O número de deputados federais eleitos por cada legenda é determinante na distribuição de verba pública para o financiamento da atividade partidária. A proporção dos eleitos é que define, a cada quatro anos, quanto cada legenda deve receber do Fundo Partidário.