CGU aponta distorção de R$ 2,4 bilhões em contas do Ministério da Cidadania

Relatório também mostra que ministério falha no acompanhamento da devolução de auxílios recebidos indevidamente

Foto: Agência Brasil

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou R$ 2,4 bilhões em valores distorcidos nas contas do Ministério da Cidadania. Ao todo, foram listadas 26 situações que representaram problemas ou falhas em controles internos da pasta – 17 delas relacionadas à análise financeira.

Segundo o relatório, divulgado nessa quarta-feira, a pasta também falha na identificação de erros associados à devolução de benefícios recebidos indevidamente. Foram avaliados os pagamentos realizados entre abril e novembro de 2021, no valor de R$ 59,5 bilhões, a 39,3 milhões de beneficiários e descobriu-se que R$ 1 bilhão haviam sido pagos indevidamente.

Entre as situações irregulares, o pagamento do auxílio emergencial a 118 mil beneficiários que já haviam morrido e a 146 mil beneficiários que haviam recebido o auxílio simultaneamente com o benefício previdenciário do INSS, o que é proibido.

Parque Olímpico da Barra
Outro ponto destacado no relatório se refere à falta de registros contábeis referentes ao Parque Olímpico da Barra, construído para os Jogos Olímpicos de 2016. Embora as quatro instalações esportivas — Velódromo, Centro de Tênis e Arenas Cariocas 1 e 2 — sejam de propriedade do município do Rio de Janeiro, foram cedidas, pelo prazo de 25 anos, ao Ministério da Cidadania. Só em 2021, a pasta gastou R$ 21,1 milhões com a manutenção dos imóveis.

A auditoria da CGU, no entanto, verificou que não havia nenhum registro referente ao direito de uso desses imóveis nos demonstrativos do Ministério da Cidadania. Como recomendação, a CGU sugeriu que o ministério reorganize o plano de destinação relacionado ao Legado Olímpico.

A reportagem do R7 procurou o Ministério da Cidadania para comentar o relatório e aguarda o retorno.