Procuradora da Lava Jato apresenta queixa contra Bolsonaro no STF

Monique Cheker alega que chefe do Executivo mente ao dizer que ela forjou provas contra ele

Procuradora da República Monique Chequer. Foto: Divulgação

A procuradora da República Monique Cheker, uma das que integraram a força-tarefa da Lava Jato, ingressou com uma queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, Monique esclarece que não atuou no processo contra o presidente, mas sim contra dois dos funcionários dele.

Em uma entrevista, Bolsonaro afirmou que a procuradora forjou provas contra ele em uma ação por crime ambiental. “Por coincidência, em 2012, essa senhora tentou forjar provas contra mim, numa acusação mentirosa de crime ambiental. Ricardo Sá está do lado, sabe bem responder o que é isso. Eu fui acusado de praticar pesca num dia e hora, duas horas de diferença, entre o auto de infração e meu dedo no painel aqui em Brasília”, disse o presidente. “E mesmo assim, a senhora Mônica Cheker tentou levar avante contra mim […] levando essa proposta fraudando provas”, completou ele.

No documento, Monique lembra que na época era servidora do Ministério Público Federal (MPF) em Angra dos Reis (RJ), mas nega ter atuado no caso envolvendo Bolsonaro. “A querelante [Monique Cheker] atuou nesse procedimento criminal apenas contra dois funcionários do querelado [Jair Bolsonaro], enquanto procuradora da República, sendo que, em relação ao último, apenas formalizou a representação endereçada ao procurador-Geral da República, sem qualquer outra atuação”, escreve ela.

A defesa da procuradora sustenta que a avaliação do Ministério Público Federal sobre o caso partiu exclusivamente do procurador-geral da República. A denúncia contra o presidente acabou sendo rejeitada pela Segunda Turma do Supremo, que aplicou ao caso o princípio da insignificância.