O Brasil comprou menos do exterior no primeiro semestre deste ano, mas pagou mais caro pelas compras que fez. Os dados foram divulgados no Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta sexta-feira, 15, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Os maiores saltos ocorreram nos preços das importações da indústria extrativa, com alta de 117,5% de janeiro a junho de 2022 comparado com o mesmo período de 2021, mas também houve aumentos no valor dos itens importados pela indústria de transformação (26,0%) e pela agropecuária (18,0%).
Em volume, a agropecuária importou 5,0% menos no primeiro semestre, enquanto a indústria de transformação comprou 2,6% menos no exterior. As importações das indústrias extrativas cresceram, apesar de terem sido menor do que o preço: alta de 21,3% no primeiro semestre de 2022 comparado com o ano passado.
Apenas três produtos reúnem 93,2% do total das importações das indústrias extrativas: petróleo (34,2%), gás natural (30%) e carvão (29%). Considerando todas as importações, houve um aumento de preços de 33,1% no primeiro semestre, mas queda de 1,9% no volume. Quanto às exportações, os preços subiram 20,2% no primeiro semestre, enquanto o volume cresceu apenas 0,2%.
A agropecuária exportou 5,3% menos, em volume, no primeiro semestre deste ano ante o primeiro semestre do ano passado, mas os preços subiram 39,9%. As extrativas colocaram no exterior 10,8% menos em volume, mas os preços aumentaram 5,5%. Na indústria de transformação, o volume exportado cresceu 8,1%, e os preços avançaram 21,0%.
O saldo da balança comercial foi de US$ 8,8 bilhões em junho, US$ 1,6 bilhão a menos que em junho de 2021. No primeiro semestre de 2002, houve um superávit de US$ 34,3 bilhões, ante um desempenho de US$ 37 bilhões no primeiro semestre de 2021.
No primeiro semestre, o volume exportado pelo Brasil para a China encolheu 14,0%, mas houve aumento para Argentina (12,4%), América do Sul (excluindo Argentina, 11,5%), União Europeia (10%), Estados Unidos (5,3%) e Ásia (excluindo China, 0,1%).
Quanto às importações, o Brasil aumentou o volume de compras da China (3,2%) e da Argentina (0,6%), mas reduziu as aquisições nos demais mercados: América do Sul (excluindo Argentina, -12,0%), União Europeia (-1,9%), Estados Unidos (-2,8%) e Ásia (excluindo China, -11,1%).