Delegada relata conversa por telefone com paciente abusada por anestesista: “Muito abalada”

Deam analisa cerca de 30 casos de pacientes que foram atendidas pelo mesmo médico, preso desde terça-feira

Foto: Polícia Civil do Rio de Janeiro/Divulgação

A paciente sedada e abusada sexualmente pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, no último domingo, após o parto, no Hospital da Mulher, na Baixada Fluminense, conversou com a delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti, que a deixou a par da investigação.

Em entrevista à imprensa, nesta quinta-feira, a delegada explicou que a conversa ocorreu por telefone. “Quis falar com ela mais para prestar solidariedade e dizer a ela que se sinta protegida, que não será exposta e que o agressor está preso. E que nós vamos fazer tudo o que for possível para terminar a investigação e comprovar esse crime. Então, a tranquilizei nesse sentido. Perguntei como ela estava, como estava o filho. Ela chorou, se emocionou, disse que está muito abalada psicologicamente, claro, mas se colocou à disposição. O filho está bem”, disse Bárbara à imprensa.

Ainda não há data para os depoimentos da vítima e do marido dela à polícia. Com o intuito de que sejam preservados, é possível que eles não sejam ouvidos na Deam. A delegada já sabe que o médico retirou o pai da sala de cirurgia após o nascimento do bebê. De acordo com Bárbara Lomba, o anestesista se aproveitou deste momento para estuprar a vítima.

Ela explicou ainda que, como ocorre em casos de violência sexual, é provável que a paciente tenha passado pelo protocolo de atendimento a vítimas de estupro e tomado o coquetel anti-HIV.

A Deam analisa cerca de 30 casos de pacientes que foram atendidas pelo mesmo anestesista. Além do flagrante que resultou na prisão do médico, ao menos cinco são investigados como possíveis vítimas de estupro.

Giovani Bezerra está preso preventivamente em Bangu 8, na zona Oeste da capital, em uma cela individual, após ter sido hostilizado por outros detentos na chegada ao presídio. O portal R7 não conseguiu localizar a defesa de Giovanni desde que o advogado Hugo Novaes deixou o caso.