Réus do terceiro júri do caso Ronei se eximem de culpa pela morte do jovem, em Charqueadas

Dos dez acusados pelo assassinato do adolescente, seis já foram condenados a penas superiores a 35 anos de prisão

Matheus Simão Alves, último a depor nesta quinta. Foto: Juliano Verardi/TJRS

Os três réus da terceira etapa do júri popular do caso Ronei Júnior, em Charqueadas, na região Carbonífera, negaram, nesta terça-feira, participação no assassinato brutal do adolescente, de 17 anos, ocorrido em uma saída de festa, em agosto de 2015. Acusados pelo homicídio qualificado de Ronei, eles também respondem por associação criminosa, corrupção de menores e pelas tentativas de homicídio de Francielli Wienke e Richard de Almeida, amigos do jovem, e do pai dele, Ronei Faleiro.

Primeiro réu a ser interrogado, Cristian Silveira Sampaio disse que desconhece o motivo de figurar no rol de acusados e garantiu que não participou das agressões que levaram o jovem à morte. “Tenho certeza que eu não estava [presente no momento] e que sou inocente”, afirmou. Ele também alegou que, em uma parada de ônibus, apenas ouviu o barulho da confusão ao fim da festa.

Jhonata Paulino da Silva Hammes, segundo acusado no interrogatório, disse ter sido empurrado, sem motivo aparente, por Richard, ainda dentro da festa. O réu disse ter se envolvido no tumulto, após o evento, na tentativa de revidar o empurrão e negou que tenha utilizado uma soqueira, como relataram as vítimas, em depoimentos nessa segunda-feira.

Último dos acusados a falar no terceiro júri, Matheus Simão Alves negou participação nos crimes e afirmou desconhecer os agressores membros do chamado ‘Bonde da Aba Reta’. “Estou há sete anos preso e não presenciei nada”, declarou. Matheus também responde por homicídio em outro processo. Ele vai seguir preso, caso seja condenado a mais de 15 anos de reclusão, ao contrário de Cristian e Jhonata. Beneficiados por um habeas-corpus, ambos poderão recorrer em liberdade, caso a pena supere o período citado.

Dos dez réus acusados pelo assassinato de Ronei Júnior, seis já foram condenados, a penas superiores a 35 anos de prisão. Todos, porém, foram contemplados ao pedirem habeas corpus. O décimo acusado, denunciado depois dos demais, vai ter o caso apurado em outro processo. Já pronunciado, ele deve ir a júri popular em data a ser marcada.

Durante a tarde, foram apresentadas as teses de acusação e defesa. O julgamento seguiu com a réplica solicitada pelo Ministério Público, que teve início às 17h10min.

 Condenações nos dois julgamentos anteriores:

  • Geovani Silva de Souza – 41 anos e seis meses de prisão
  • Volnei Pereira de Araújo – 35 anos e quatro meses de prisão
  • Peterson Patric Oliveira – 35 anos e quatro meses de prisão
  • Leonardo Macedo Cunha – 35 anos e quatro meses de prisão
  • Vinícius Adonai da Silva – 38 anos, dez meses e 20 dias de prisão
  • Alisson Barbosa Cavalheiro – 35 anos e quatro meses de prisão