OMS mantém pandemia da Covid-19 como emergência internacional

Organização manifestou preocupação com redução de testes

Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje, em nota, que a pandemia da Covid-19 continua a constituir uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional. Segundo o Comitê de Emergência da OMS para a Pandemia, que se reuniu na sexta-feira passada, a Covid-19 ainda atende aos critérios de um evento extraordinário que continua a impactar negativamente a saúde da população mundial.

Entre outros itens, o recente aumento da taxa de crescimento de casos em muitos países em diferentes regiões motivou a avaliação do comitê. Além disso, o entendimento é de que a evolução contínua e substancial do vírus deve prosseguir, de forma imprevisível, e que o surgimento e disseminação internacional de novas variantes do SARS-CoV-2 podem apresentar impacto ainda maior na saúde.

O Comitê de Emergência expressou, segundo o comunicado, “preocupação com reduções acentuadas nos testes, resultando em cobertura e qualidade de vigilância reduzidas, além de menos sequências genômicas sendo submetidas a plataformas de acesso aberto. Isso impede as avaliações das variantes atuais e emergentes do vírus e está se traduzindo em menor capacidade de interpretar tendências na transmissão e de ajustes em medidas de saúde pública”.

Mesmo com o alerta em relação à redução dos testes, os casos de Covid-19 relatados à OMS aumentaram 30% nas últimas duas semanas, em grande parte impulsionados pelo Ômicron BA.4, BA.5 e outras linhagens descendentes e o levantamento das medidas sociais e de saúde pública. Esse aumento de casos vem, segundo a entidade, se refletindo em pressão sobre os sistemas de saúde em várias regiões.

Ainda segundo nota da OMS, existem incertezas em relação ao nível de prontidão dos sistemas de saúde já sobrecarregados para responder a futuras ondas da pandemia da Covid-19.

O conjunto de Recomendações Temporárias emitidas pela diretoria-geral da OMS aos estados partes passa por alcançar maior cobertura vacinal possível da população de alto risco, apoiar os estados-partes no acesso global equitativo às vacinas; promover o uso de medidas de proteção efetivas individuais para reduzir a transmissão, como o uso de máscaras bem ajustadas, distanciamento e ficar em casa quando estiver doente.