Uma mulher que afirma ter sido vítima do médico anestesista Giovanni Quintella, preso na noite do domingo por estuprar uma paciente grávida dentro de um Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, compareceu à delegacia na noite desta última segunda-feira para fazer um registro de ocorrência. A jovem, de 23 anos, que seria a segunda vítima do médico, estava grávida de gêmeos e fez uma cesárea no início do mês de julho.
Em entrevista à Record TV Rio, a paciente relatou ter apagado completamente durante o parto. “Depois que eu tive o meu filho, fui totalmente apagada. Eu apaguei. Eu já estava com muito sono durante a cirurgia e perguntava para ele a todo momento se aquilo era normal. Ele falava que era normal, que não tinha nada a ver. E eu apaguei durante o parto. Ficou ele a todo momento, ali, acima da minha cabeça, tentando me acalmar, injetou no meu acesso uma injeção e eu apaguei. Não é normal a pessoa do nada, assim, não lembrar de mais nada. Apagar, totalmente dopada, né?”, relatou a paciente.
Ainda segundo a mulher, ela acordou horas depois toda suja de “uma coisa branca”, conforme relatado pela família. “Eu só lembro de ter acordado já muitas horas depois, toda suja de uma coisa branca, que foi relatado pela minha família. Entre o pescoço e a orelha. Só fui acordar no outro dia à tarde. Acredito que sim, que eu fui uma vítima”, contou.
Investigação
O anestesista Giovanni Quintella vai passar por audiência de custódia nesta terça-feira após a prisão em flagrante no domingo. O médico foi filmado pela equipe de enfermagem, que suspeitava da conduta dele e escondeu um celular para registrar o que ele fazia durante as cirurgias.
Segundo a polícia, as imagens mostraram o anestesista colocando a genitália no rosto e na boca de uma paciente enquanto ela estava desacordada durante uma cirurgia de cesárea.
A investigação apontou que o abuso aconteceu antes do nascimento da criança, sem o marido da vítima na sala de cirurgia. Toda a ação durou cerca de dez minutos
Ainda na noite desta segunda-feira, a polícia ouviu quatro testemunhas do caso. Entre elas um anestesista que trabalhava no mesmo hospital de Giovanni. Os investigadores queriam saber se é comum sedar mulheres grávidas em trabalho de parto e a quantidade recomendada de sedativos. Ele não quis falar com os jornalistas.
Segundo a polícia, o obstetra que realizou o parto no qual o anestesista Giovanni aparece abusando sexualmente da paciente é aguardado nesta terça-feira para prestar depoimento.