Novo primeiro-ministro britânico vai ser anunciado em 5 de setembro

Graham Brady, responsável por organizar a votação entre os conservadores, disse que o partido precisa de tempo para o pleito

Foto: Divulgação/Twitter Boris Johson

O novo primeiro-ministro britânico, que vai suceder Boris Johnson, que renunciou na quinta-feira pressionado por uma série de escândalos, só vai ser anunciado em 5 de setembro, informou nesta segunda-feira o Partido Conservador. As informações foram divulgadas pela Agência France Presse (AFP).

“Temos que garantir que haja um tempo decente antes que o resultado seja anunciado em 5 de setembro”, disse Graham Brady, presidente do comitê parlamentar responsável por organizar a votação no Partido Conservador, a repórteres.

Processo de escolha
Os candidatos à liderança partidária devem ser parlamentares conservadores e contar com o apoio de pelo menos dois colegas de sigla.

Os deputados definem as preferências em uma série de votações secretas até que restem apenas dois postulantes. São, então, os membros do partido que decidem entre os finalistas, que desenvolvem várias semanas de campanha em todo o Reino Unido.

Mas o processo pode ser mais rápido. Theresa May, que antecedeu Boris Johnson em Downing Street, por exemplo, tornou-se líder do partido em julho de 2016 sem a necessidade de voto dos filiados, já que a então rival, Andrea Leadsom, desistiu.

Cercado por escândalos
Johnson conseguiu provocar o esquecimento por alguns meses dos múltiplos escândalos que o cercaram graças à ação determinada na ajuda à Ucrânia contra a invasão russa. O Kremlin afirmou nesta quinta-feira que deseja que “pessoas mais profissionais” cheguem ao poder no Reino Unido.

No início de junho, o primeiro-ministro sobreviveu a um voto de desconfiança do próprio partido, com o apoio de 211 dos 359 deputados conservadores, mas os 148 votos contra deixaram evidente o descontentamento interno.

Johnson está envolvido em polêmicas que vão do “partygate”, o escândalo das festas em Downing Street durante as restrições sanitárias, ao financiamento irregular da reforma da residência oficial, passando por acusações de clientelismo.

As renúncias de ministros-chave aconteceram poucas horas depois de Johnson apresentar desculpas pela enésima vez, ao admitir que cometeu um “erro” por ter nomeado para um cargo parlamentar importante Chris Pincher, um conservador que renunciou na semana passada e reconheceu ter bebido e apalpado dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado do centro de Londres.

Depois de afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu na terça-feira passada que o primeiro-ministro havia sido informado em 2019 sobre acusações anteriores contra Pincher, mas havia “esquecido”.