A delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti (RJ), investiga se o médico anestesista flagrado abusando sexualmente de uma grávida durante o parto aumentou a dose da sedação e se usou as substâncias desnecessariamente. Os frascos utilizados foram recolhidos para serem encaminhados à análise.
Preso em flagrante por estuprar uma paciente durante o parto no Hospital da Mulher, em Vilar dos Teles, na cidade da Baixada Fluminense, ele já chegou ao presídio de Benfica, na zona norte da capital, onde deve passar por uma audiência de custódia nesta terça-feira.
Em entrevista ao Balanço Geral RJ, da Record TV, a delegada Bárbara Lomba contou que o hospital acionou a polícia. Ao chegarem na unidade, os agentes ouviram testemunhas e tiveram acesso ao vídeo gravado pela equipe de enfermagem, que já desconfiava da conduta do anestesista há cerca de um mês.
A delegada explicou que integrantes daquela equipe participaram de três cirurgias no plantão e decidiram gravar o vídeo, com um telefone escondido. Bárbara Lomba acrescentou que o vídeo se tornou prova fundamental para a prisão em flagrante e, posteriormente, o indiciamento do médico.
“É desnecessário que fiquemos descrevendo porque é uma coisa hedionda, estarrecedora, indescritível, inimaginável. Mas todos viram o que aconteceu. Aquilo ali é um relato do crime. O próprio autor, vítima, todos presentes. Toda a dinâmica do crime está ali. É uma prova fundamental, a principal, talvez dispensasse outras, mas nós, havendo outras, como relatos testemunhais, de outras vítimas, o prontuário médico da vítima, que precisamos saber o que foi ministrado durante o procedimento durante a anestesia”, explicou Bárbara.
A delegada afirmou que tenta identificar outras possíveis vítimas do médico preso.